Planejado para ser um relançamento do álbum ”The Fame”, ”The Fame Monster” foi lançado incialmente como um EP pela gravadora no dia 18 de novembro de 2009. A decisão do lançamento individual se deu pelo fato de que Gaga sentia que as canções soavam diferentes de seu primeiro trabalho.
O enorme sucesso do disco não foi esperado pela equipe da cantora, já que o EP contava apenas com 8 músicas inéditas. Tendo ”Bad Romance” como carro chefe, a atenção para ”The Fame Monster” cresceu absurdamente pela diferença vocal da cantora além dos elementos mais sombrios e a participação da cantora Beyoncé em uma das faixas.
Com elementos pop influenciados por diversos gêneros, proeminente o disco, glam rock e synthpop dos anos 70 e 80, assim como industrial e música gótica, o EP/disco também foi inspirado por desfiles e passarelas.
O relançamento no formato deluxe em uma versão dupla com o álbum ”The Fame” foi o álbum mais vendido de 2010, com 5,8 milhões de álbuns vendidos em todo o mundo, liderando as paradas de vários países, incluindo Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Finlândia, Irlanda, Nova Zelândia, Polônia, Reino Unido e Suíça. Nos Estados Unidos, atingiu a quinta colocação da Billboard 200, e o topo do Dance/Electronic Albums.
Migrando do tema “Fama” para o tema “Monstro”, Gaga começou a falar a respeito através de um tweet dizendo apenas uma palavra:
Monster
— Lady Gaga (@ladygaga) May 23, 2009
Em entrevista para o The Daily Star, Gaga explicou o conceito:
“Tenho uma obsessão por morte e sexo. [...] Essas duas coisas também são o nexo dos filmes de terror, pelos quais estou obcecada ultimamente. Tenho visto filmes de terror e filmes de ficção científica dos anos 50. Meu relançamento se chama ‘The Fame Monster’, então estou meio que literalmente comendo e regurgitando filmes de monstros e todas as coisas assustadoras. Acabo de notar um ressurgimento dessa ideia de monstro, de fantasia, mas de uma forma muito real. [...] Se você notar nesses filmes, sempre há uma justaposição de sexo com morte. É isso que o torna tão assustador. Corpo e mente são preparados para o orgasmo e, em vez disso, alguém morre. Esse é o tipo de circunstância psicológica doentia e distorcida.”
Ela já havia escrito a canção "Monster" em março, antes de se encontrar com os chefes da BSM Records, Dr. Dre e Noel Lee, para discutir a colaboração do lançamento de fones de ouvido de mesmo nome. Durante a festa de inauguração dos fones ela comentou que planejava lançar um novo álbum.
"Eu acho que relançamentos são injustos, [...] os artistas lançam singles de um trabalho já feito, na tentativa de manter o disco à tona. Originalmente minha gravadora só queria adicionar três faixas, mas agora é muito mais do que isso. É um novo material para um novo álbum."
A cantora ainda afirmou que estava obcecada por filmes de monstros:
”A decadência da celebridade e da maneira que a fama é um monstro na sociedade! É sobre isso que o meu disco se trata, por isso era uma espécie de combinação perfeita."
Posteriormente, Gaga revelou em um comunicado à imprensa que, além do EP, uma reedição de ”The Fame” contaria com as oito composições novas. A cantora buscou por um conceito mais obscuro e ousado do que havia feito antes, criando um trabalho que lida com o lado mais obscuro da fama, vivenciado pela artista durante os anos de 2008 e 2009.
"No meu relançamento de ‘The Fame Monster’, eu escrevi sobre tudo que não escrevi no ‘The Fame’. Enquanto viajava pelo mundo por dois anos, encontrei vários monstros, cada um representado por uma música diferente no novo álbum: meu 'Monstro do medo do sexo', meu 'Monstro do medo do álcool', meu 'Monstro do medo do amor', meu 'Monstro do medo da morte', meu 'Monstro do medo da solidão' etc. [...] Passei muitas noites no Leste Europeu e este álbum é uma experimentação pop com batidas góticas/industriais, melodias dançantes dos anos 90, uma obsessão com o gênio lírico do pop melancólico dos anos 80 e a passarela. Escrevi enquanto assistia a desfiles de moda silenciosos e sou obrigada a dizer que minha música foi feita para eles."
Gaga comparou o clima de ”The Fame” e ”The Fame Monster” como opostos e os chamou de Yin e Yang (conceitos do taoismo que expõem a dualidade de tudo que existe no universo, como trevas e luz, morte e vida, lua e sol).
Segundo nossa Mother Monster, ela sentiu uma dicotomia dentro de si enquanto desenvolvia o álbum. Na MTV ela explicou:
"Estou pronta para o futuro, mas lamento o passado. [...] E é um rito de passagem muito real - você tem que deixar as coisas irem. Você tem que chorar por elas como uma morte para que você possa seguir em frente, e é sobre isso que o álbum trata."
As sessões de gravação do álbum ocorreram em 2009, em estúdios situados em Los Angeles, Londres, Osaka e Amsterdã. Quatro canções foram produzidas por RedOne, com Ron Fair, Fernando Garibay, Tal Herzberg, Rodney "Darkchild" Jerkins, Teddy Riley e Space Cowboy. Gaga serviu como co-produtora em todas as composições, exceto "So Happy I Could Die".
Após o lançamento, muitos Little Monsters ficaram indignados ao descobrir que "Bad Romance", "Monster", "Dance In The Dark" e "Teeth" foram censuradas, mesmo em versões com avisos de conteúdo “explicit”. O Twitter oficial da Cherrytree Records afirmou na época que as versões sem censura das músicas estariam disponíveis o mais rápido possível. As mesmas foram lançadas inicialmente apenas no iTunes, na edição USB e edição EP.
As fotos da capa e encarte foram realizadas pelo estilista e fotógrafo Hedi Slimane em 05 de setembro de 2009. Diferente do que se especula até hoje, a escolha das capas para o disco foi muito além de "alter egos" inventados ou teorias malucas. Devido ao visual gótico, Gaga teve que convencer sua gravadora a permitir que ela utilizasse alguma das fotos. Durante uma entrevista à revista Rolling Stone, a cantora falou sobre a escolha:
”Minha gravadora não queria lançar aquela foto que é a capa do meu álbum, com o cabelo preto. Eles disseram: ‘É confuso, é muito dark, você parece gótica, não é pop', e eu disse: ‘Você não sabe o que é pop, porque todo mundo estava me dizendo que eu não era pop no ano passado, e agora olha - então não me diga o que é pop, eu sei o que é pop.’ [...] É engraçado, porque eu lutei e lutei e lutei, e na verdade eu acabei tendo as duas capas, porque eu queria fazer essa apresentação ‘yin e yang’ com elas.”
Diferente do que muitos dizem, a “capa morena” não representa o “alter ego” Morgana Devacelli. A personagem foi criada por fãs, nunca tendo sido confirmada por Gaga e sim criada a partir de um rumor envolvendo o nome da falecida cantora Lina Morgana.
As capas foram reveladas no dia 9 de outubro de 2009 através das redes sociais da cantora. Originalmente, a “capa loira” de ”The Fame Monster” era para ser a versão padrão e a “capa morena” a edição deluxe. No entanto a ideia foi invertida. Na maioria das vendas realizadas fora dos Estados Unidos, as capas são misturadas, então pode-se ter a edição standard com a “capa loira” ou a edição deluxe com a “capa morena”.
Standard:
"Bad Romance"
"Alejandro"
"Monster"
"Speechless"
"Dance in the Dark"
"Telephone (featuring Beyoncé)”
"So Happy I Could Die"
"Teeth"
Deluxe:
CD1: “The Fame Monster”
"Bad Romance"
"Alejandro"
"Monster"
"Speechless"
"Dance in the Dark"
"Telephone (featuring Beyoncé)”
"So Happy I Could Die"
"Teeth"
CD2: “The Fame”
"Just Dance" (featuring Colby O'Donis)”
"LoveGame"
"Paparazzi"
"Poker Face"
"I Like It Rough”
"Eh, Eh (Nothing Else I Can Say)"
"Starstruck (featuring Flo Rida and Space Cowboy)”
"Beautiful, Dirty, Rich"
"The Fame"
"Money Honey"
"Boys Boys Boys"
"Paper Gangsta"
"Brown Eyes"
"Summerboy"
Algumas versões deluxe contam também com as faixas bônus "Disco Heaven", "Again, Again" e "Retro, Dance, Freak".
"Super Deluxe Fame Monster Pack"
Limitado a 10.000 cópias, a edição em formato de um livro, chamado de Book of Gaga inclui os álbuns ”The Fame” e ”The Fame Monster”, uma mecha de cabelo de Gaga (de uma de suas perucas), dois quebra-cabeças colecionáveis, óculos 3D, pôsteres, além de notas pessoais da cantora (como o ”Manifesto of Little Monsters”) e bastidores de processos criativos.
”The Fame Monster Ultimate Fan Pac”
Uma reedição intitulada ”The Fame Monster Ultimate Fan Pac” foi lançada em 24 de agosto de 2010. Ao contrário do ”Super Deluxe Fame Monster Pack”, não há uma quantidade definida de cópias. Os itens desta versão incluem uma camiseta exclusiva de ”Just Dance”, ”The Fame Monster” (Standard Version) e um "chaveiro Lady Gaga". A arte da capa usada para a capa da caixa é a mesma do single de ”Dance in the Dark” exceto o título que foi substituído por ”The Fame Monster” (escrito em dourado).
”The Fame Monster” teve ao longo de sua divulgação 4 singles.
”Bad Romance”
Lançada como single em 26 de outubro de 2009, ”Bad Romance” chegou ao #2 na Billboard Hot100. A música tem produção de RedOne, tendo sido indicada a 10 VMAs em 2010, e recebendo o maior prêmio da noite de “Vídeo do Ano”. O videoclipe foi dirigido por Francis Lawrence. Confira nosso ESPECIAL: “GAGA OH LA-LA! Want Your Bad Romance!” de 11 anos do videoclipe.
”Telephone (featuring Beyoncé)”
Lançada como single em 26 de janeiro de 2010, Telephone chegou ao #3 na Billboard Hot100. A música tem produção de Rodney Jerkins e colaboração da cantora Beyoncé, tendo sido a parceria feminina mais lucrativa da história. Em 2010, foi indicada ao VMA de "Vídeo do Ano", mas perdeu para "Bad Romance". O videoclipe foi dirigido por Jonas Åkerlund, e nós continuamos aguardando a continuação até hoje.
”Alejandro”
Lançada como single em 20 de abril de 2010, Alejandro chegou ao #5 na Billboard Hot100. A música tem produção de RedOne e a direção do videoclipe por Steven Klein.
”Dance in the Dark”
Lançada como single promocional em 26 de julho de 2010, Dance in the Dark não foi contabilizada para o Hot100 da Billboard. A música tem produção de Fernando Garibay e não possui videoclipe. Em 2010, foi indicada à categoria "Melhor Gravação Dance" na cerimônia do Grammy Awards de 2011, mas perdeu para "Only Girl (In the World)" da cantora Rihanna.
Escrita por Lady Gaga e RedOne, a música foi a escolhida como carro chefe do álbum. Falando sobre o ”Monstro do Medo do Amor", ”Bad Romance” é definida com um tom gótico e letras que falam sobre compartilhar as piores partes de si mesmo e da pessoa amada, e também sobre se apaixonar por seu melhor amigo.
Muitas pessoas ainda se surpreendem em descobrir que no famoso trecho "Roma, roma-ma", a cantora está fazendo um jogo silábico com a palavra “Romance”.
Em sua versão demo, a introdução começa um pouco diferente. Gaga não diz “roma” e sim “ma-ma”, provavelmente ainda em época de construção da letra, procurando formas de fazer o famoso jogo de palavras. Além disso os vocais estão menos trabalhados e mais “limpos”. A demo foi gravada em Amsterdã com o RedOne, tendo menos faixas vocais, e uma batida diferente na introdução e ligeiramente alterada no refrão. O famoso “free bitch, baby” e o verso francês da versão final não estão presentes, além das notas mais altas antes do último refrão.
Sendo escolhida como terceiro single do disco, ”Alejandro” representa o ”Monstro do Medo do Homem”. Em uma entrevista para o On the Record with Fuse a cantora disse que a canção também representa o "Fear of Sex Monster":
"Estou dizendo adeus aos meus amores do passado. É simbólico, sobre eu seguir em frente."
A letra fala sobre Gaga se “defendendo” de um trio de homens latinos, possui sonoridade de synthpop, e forte inspiração nos grupos musicais suecos ABBA (a cantora cita o nome Fernando, que foi uma música de grande sucesso do grupo nos anos 70) e Ace of Base, e conta com uma sample em sua introdução de um solo de violino da composição “Csárdás”, do italiano Vittorio Monti.
Com duas demos vazadas, ”Alejandro” tem a primeira demo com uma introdução diferente, com o som do violino mais elétrico. Além da batida menos forte e de um sintetizador ao fundo, a voz de Gaga está mais limpa sem muitas vozes de apoio e mais alta.
Já a segunda demo é bem parecida com a primeira, porém leva mais vocais e vozes de apoio, além de uma semelhança mais próxima da versão final, presente no álbum. A canção termina com um fade out, no qual o áudio vai abaixando ao invés de terminar com o clássico final.
Escrita por Lady Gaga, Space Cowboy e RedOne por volta de março de 2009, a música representa o "Monstro do Medo do Sexo" assim como o ”Fear of Relashionship Monster (O Monstro do Medo do Relacionamento)”. Em uma entrevista para a Mtv em novembro de 2009 a cantora explicou que "Monster" é como estar apaixonada por um rapaz malandro por todo o tempo, mas em vez de fugir, eles sempre voltam um para o outro. Ela acrescentou também que o medo na canção surgiu da sua necessidade de ter um relacionamento estável.
”Eu continuo me apaixonando pelo monstro [...] Mas o que eu realmente preciso é da segurança e da proteção e da feminilidade, da responsabilidade da minha feminilidade. E é disso que trata essa música."
Incorporando o uso de linhas de baixo pesadas, descendendo notas de teclado e refrães massivos, a faixa contém metáforas a mortos-vivos e uma referência ao single "Just Dance”. A música também usa parte da interlude "Pop Ate My Heart", utilizada em alguns shows em 2008 e 2009.
A demo vazada da canção tem uma leve diferença no vocal e não possui vozes de apoio. As batidas são diferentes da versão final, com uma certa “dureza”. O refrão não possui os trechos-resposta “Mo-mo-mo-monster”, e não há o famoso “I love that girl...”. Também não há a segunda parte da música, que depois do primeiro refrão já pula para a parte final.
”Monster” chegou a ser cogitada como último single da Era, mas a faixa acabou não recebendo o lançamento comercial como planejado.
Representando o “Monstro do Medo da Morte", a música foi escrita por Gaga para convencer seu pai, Joseph Germanotta, a se submeter a uma cirurgia cardíaca e como um lembrete para seus fãs apreciarem seus próprios pais. Em novembro de 2009 a cantora concedeu uma entrevista para a estação de rádio Z100 e deu detalhes sobre a inspiração:
”Ele tem uma válvula aortica ruim, e seu corpo por muito tempo vem bombeando cerca de um terço do que seu coração deveria bombear a cada vez que bate [...] Minha mãe me ligou e eu estava muito deprimida. Eu estava nem turnê e não poderia deixá-la, então eu sai do estúdio e escrevi “Speechless”, e isso [a música] é sobre aquela ligação. Meu pai me ligou depois de beber alguns drinques e eu não sabia o que dizer. Eu fiquei sem palavras e com medo de perdê-lo e eu não estaria lá.”
Com influências do rock dos anos 70, blues-rock, glam rock e country music, Speechless” debutou em #94 na Billboard Hot 100 em dezembro de 2009. Quando perguntada pela revista Rolling Stone sobre a canção, Gaga disse:
”Eu acho que é a melhor música que já escrevi. É sobre meu pai, é uma balada muito bonita. É conduzida pelo piano e não tem batida, são todos instrumentos ao vivo. Eu produzi com Ron Fair, então fizemos uma orquestra completa ao vivo, gravamos tudo com bateria ao vivo, guitarra e baixo ao vivo e comigo tocando piano. Nós tivemos aquela sensação realmente orgânica e deliciosa."
Gaga mencionou em uma entrevista com Billy Bush que queria a canção como single, mas isso acabou não acontecendo.
Com gravações ao vivo em estúdio, a demo foi gravada toda em piano, numa versão acústica e com a letra ainda não finalizada, possuindo trechos diferentes e um vocal mais limpo.
Destacando o ”Monstro do Medo de Sí Próprio” na quinta canção do disco,Gaga traz uma produção de Fernando Garibay contendo elementos de synthpop, dance-pop e europop, com influências de música retrô e new wave.
Em entrevista para o The Los Angeles Times, Gaga falou sobre o “monstro” da canção:
"A música é sobre uma garota que gosta de fazer sexo com as luzes apagadas, porque ela tem vergonha de seu corpo. Ela não quer que o homem a veja nua. Ela estará livre e deixará seu animal sair, mas somente quando as luzes estiverem apagadas.”
”Dance in the Dark” foi inicialmente planejada para ser single oficial depois de "Telephone", mas devido a uma disputa entre Gaga e sua gravadora, "Alejandro" foi escolhida. Em julho de 2010, a música foi tocada na rádio australiana Contemporary Hit, como o quarto single do “The Fame Monster”. Em agosto do mesmo ano a Universal Music France anunciou que a música havia sido enviada para estações de rádio na França, servindo como o quarto e último single do álbum no país. Não houve nenhum quarto lançamento oficial do álbum fora da Austrália, Nova Zelândia e França. Também não houve liberação física, apenas digital.
A versão demo começa com uma introdução diferente, com alguns gemidos agonizantes, antes da batida começar. Há uma leve diferença no vocal e instrumental. Além da voz de Gaga estar mais limpa no refrão, a letra possui algumas diferenças com ausência de alguns “trechos-resposta” como ”Telling, girls” antes dos refrãos. A versão acaba após o segundo refrão.
Originalmente composta por Lady Gaga para Britney Spears, para integrar seu 6º álbum de estúdio, ”Circus”, a canção acabou não sendo inclusa devido ao disco já possuir uma música relacionada a telefone, intitulada "Phonography". Gaga falou sobre a música em uma entrevista:
"Eu estava trabalhando com Rodney Jerkins no material das Pussycat Dolls, e nós escrevemos essa música, quando terminamos eu fiquei tipo, ‘Oh, eu quero cantar!’, mas meu álbum já estava finalizado. [...] Rodney me ligou mais tarde e ficou tipo, ‘o pessoal da Britney está pirando com essa música’. No fim das contas, ela tomou outras decisões.”
Inspirada pelo ”Mosntro do Medo da Asfixia”, as letras retratam a cantora como preferindo a pista de dança para atender os telefonemas de seu amor. Gaga explicou em uma entrevista para a Mtv no final de 2009, que o telefone abordado nas letras da música, na realidade, é uma pessoa dizendo para ela continuar trabalhando mais.
”O medo de asfixia - é algo que tenho, ou medo de nunca ser capaz de me divertir, [...] Porque adoro muito o meu trabalho, acho que é realmente difícil sair e passar um bom momento [...] Não vou a discotecas, [...] ninguém vê fotos minhas numa discoteca caindo de bêbada. Eu não saio - e isto porque normalmente costumo ir a algum lado, mas bebo um uísque e depois tenho que voltar ao trabalho.”
Um trailer intitulado “The Making Of Telephone” foi postado no site oficial de Jerkins mostrando batidas e letras alternativas. A versão alternativa foi oferecida para Britney Spears mas, depois de regravar Gaga decidiu fazer alterações.
A única demo oficial vazada até hoje nos vocais de Gaga contém um instrumental curto, próximo a versão de Britney e bem diferente da versão apresentada no Making of. Na época de produção da demo, o trecho da letra cantada por Beyoncé ainda não havia sido criado (esta parte foi composta pela própria cantora).
A canção representa o "Monstro do Medo do Vício”, e isso também inclui ”O Monstro do Medo do Álcool”.
”Meu medo do álcool. Meu medo das drogas... medo do vício. [...] Mas o álcool é engraçado, porque ele te leva a este lugar muito feliz e acaba com todos o seus problemas e em apenas um minuto você está tão feliz, e então, de repente, seu estômago começa a doer... E essa é a minha relação com o consumo e abuso.”
Musicalmente, é uma gravação europop que incorpora elementos do synthpop, com letras de uma natureza sexual, um interesse amoroso lésbico e aceitação de sexualidade e curiosidades intrigantes.
”So Happy I Could Die” é a única canção do disco que não teve nenhuma demo vazada.
Descrita como uma "marcha perversa", e um "ode gospel" ao sadomasoquismo, liricamente, Gaga pede ao seu amante para que este mostre seus dentes para ela destacando o ”O Monstro do Medo da Verdade”. Em uma entrevista para o It's On da MTV, Gaga explicou o significado da canção e de sua letra:
”É para significar duas coisas, a primeira, uma conotação sexual meio juvenil, é sobre sexo oral, mas também, o monstro na canção é o medo da verdade. 'Me mostre seus dentes' significa 'me fale a verdade', e eu acho que por um bom período da minha vida eu substituí o sexo com a verdade.”
Em 2013, quatro anos depois do lançamento da canção um dos produtores, Teddy Riley, que no começo do mesmo ano havia processado a sua própria filha, tentou um processo contra Gaga no valor de US$500.000 dólares e danos punitivos sobre os créditos de composição da música, dizendo que sua filha Taja "cometeu fraude e abuso de direitos autorais fazendo um contrato com a EMI pela sua parte na canção".Riley alegou que não foram dados a ele os 25% de royalties supostamente prometidos ao mesmo. O processo levantou questões sobre as acusações do mesmo terem sido oportunamente realizadas no momento de promoção do álbum ”ARTPOP”, além do tempo que foi levado para que o produtor abrisse o processo.
Durante a estreia da ”Monster Ball Tour” nossa Mother Monster revelou que escreveu a canção durante sua viagem à China em agosto de 2009. Na mesma época, ela foi vista usando presas de vampiro por alguns dias. Em uma pequena citação no "Book of Gaga" ela explicou:
Intitulada originalmente de "Show Me Your Teeth", a demo da canção veio as redes no final de 2018 em pequenos trechos até ser liberada inteira depois de um tempo. O instrumental é bem alto e batido, enquanto os vocais estão mais limpos e sem muito tratamento. O final conta com falas já apresentadas na música sem os famosos “Show me your Teeth” gritados por Gaga.
Após a pequena amostra de ”Bad Romance” no Saturday Night Live e o lançamento oficial da música, nossa Mother Monster iniciou rapidamente a divulgação do single assim como prévias das novas canções. Posteriormente, a divulgação rendeu participações em programas comos The Jay Leno Show, The Ellen DeGeneres Show, The X Factor UK, The Oprah Winfrey Show e apresentações em premiações sendo elas no American Music Awards, na 52ª edição dos Grammy Awards e no Brit Awards.
Assista as principais apresentações:
Após o cancelamento da turnê conjunta anunciada com o cantor Kanye West, intitulada ”Fame Kills Starring: Lady Gaga and Kanye West”, Gaga confirmou que faria uma nova turnê solo para divulgação do ”The Fame Monster”. Descrito pela cantora como "a primeira 'ópera electropop' de todas", o espetáculo nomeado ”The Monster Ball Tour “ teve sua estreia no dia 27 de novembro de 2009 indo até o dia 6 de maio de 2011 passando por mais de 200 cidades e tendo seu formato dividido em duas partes, sendo a primeira apresentada em teatros e a segunda totalmente reformulada para apresentações em arenas.
http://twitpic.com/lmaeq - the real monster ball poster. photography and art direction by. haus of gaga
— Lady Gaga (@ladygaga) October 15, 2009
Esta foi a 2ª turnê mundial e uma das mais lucrativas, contabilizando 271 apresentações para um público estimado em 2,5 milhões de fãs, arrecadando um total de US$185 milhões de dólares.
Mesmo não tendo uma primeira recepção muito forte, principalmente por seu formato, ”The Fame Monster” recebeu ótimas críticas. O Metacritic, site americano que reúne críticas de álbuns, filmes, programas de televisão, entre outros, reúne um valor numérico de cada crítica computando uma nota média final, que é atribuída ao item avaliado. Com base em 14 comentários, o álbum recebeu uma média de pontuação de 78, o que significa "opiniões geralmente favoráveis". O disco divide o 2º lugar de mais bem avaliado da cantora junto com a trilha sonora do filme ”Nasce Uma Estrela”.
O redator Mikael Woods, do Los Angeles Times, sentiu que ”The Fame Monster” continuou a demonstrar "a ambição criativa e a variedade estilística de Gaga". Já Jon Dolan, da revista Rolling Stone, foi mais crítico ao relatar que o disco soava muito como Madonna. Para Neil McCormick, do The Daily Telegraph, "embora não seja tão tematicamente integrado como o The Fame, a energia vivaz da artista, as melodias ousadas e o sensacionalismo quase comicamente implacável mantém as coisas interessantes." Analisando a nova fase da cantora, Scott Plagenhoef, do portal Pitchfork, escreveu:
"Se Gaga consegue manter a risca é outra questão. Talvez ela termine sendo mastigada e cuspida, ou talvez suas mudanças de imagem camaleônicas sejam apenas a carreira de Madonna na velocidade da era da Internet e estamos presenciando todas as suas ideias de uma só vez. Mas, de repente, por um breve período, ela acabe sendo a única estrela pop real ao redor."
Com 174 mil unidades faturadas em sua primeira semana, alcançou a quinta colocação do Billboard 200 e atingiu a liderança da Top Digital Albums após exportar 65 mil réplicas digitalmente. Sua versão deluxe ainda conseguiu emplacar ”The Fame” de volta as melhores posições, saltando da trigésima quarta posição para a sexta no Billboard Hot 200. Além das ótimas colocações nos charts, o disco recebeu certificações em mais de 15 países.
Em reconhecimento ao seu grande sucesso, em 2010 Gaga ganhou o prêmio de ”Outstanding Music Artist” por seu trabalho no álbum, durante a 21ª edição do GLAAD Media Awards. The Fame Monster” também foi indicado para ”Best Album” no International Dance Music Awards e Meteor Awards 2010, e vencendo o prêmio de ”Best English Album" nos Premios Oye! de 2010. No ano seguinte, conseguiu ser indicado para "Top Electronic/Dance Album" no Billboard Music Awards, perdendo para si mesma com "The Fame".
O álbum e suas canções também receberam seis nomeações para o Grammy Awards de 2011. O EP em si foi indicado na categoria de ”Album of the Year” e venceu na de ”Best Pop Vocal Album”. Em 2019, o álbum foi selecionado como um dos 200 melhores álbuns da década pela Pitchfork.
Umas das principais mensagens que "The Fame Monster" nos dá é que se não olharmos para nós mesmos de uma forma menos crítica, e reconhecermos nossos monstros, nunca saberemos lidar com eles: com nossos medos
Assim como seu antecessor "The Fame", ”The Fame Monster” deu a Lady Gaga a oportunidade de se aventurar pela fama em seu lado mais obscuro e interno. E ao externar isso, pôde revelar não só apenas figurinos exóticos, letras profundas, mas um lado mais artístico e talentosos, que muitos acharam que iria desaparecer após alguns hits chiclete de seu primeiro álbum.
Qual foi o impacto causado por "The Fame Monster" em sua vida? E qual a melhor lembrança que você tem dele? Compartilhe com a gente!
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Arte da capa por Lucas Marques.
Revisão por Daniel Alberico.