A pouco mais de 3 dias para o Festival de Toronto (09/07), a revista Empire liberou seu review do filme "Nasce uma Estrela".

A análise, feita pelo crítico Terri White, elogia bastante a direção de Bradley Cooper, dizendo que é muito promissora e surpreendente para uma primeira vez, e que podemos esperar outros bons trabalhos vindos dele.

Outro ponto bem elogiado, foi a forma que Gaga, leva o seu dom de performance para o filme, dizendo que em alguns momentos, ela coloca sua personagem Ally de lado, e se transforma em Lady Gaga, fazendo que as lives e performances do filme sejam umas das melhores que já viram no cinema.

Para finalizar, a revista destaca que mesmo para os que já assistiram os filmes mais antigos, "Nasce uma Estrela", de Bradley Cooper, é "fresco" e pode surpreender.

A nota do crítico para o filme foi de 5 estrelas (5/5).

Confira a crítica completa aqui (contém spoiler):

Bradley Cooper é Jackson Maine, um astro country bêbado e desajeitado que conhece e se apaixona pela garçonete e aspirante cantora Ally (Lady Gaga). Enquanto ambos se apaixonam, o estrelato dela — com ajuda dele — está em ascensão, enquanto o dele silenciosamente afunda. O amor deles pode salvá-lo? Ou irá ele, ou eles, cair sob o peso do seu vício e sua dor emocional?

De vítimas o inferno do desenvolvimento está cheio e, por um tempo, parecia que “A Star Is Born” poderia se juntar à pilha de corpos quebrados, com vários diretores, atores e cantores de renome ligados ao projeto ao longo da última década.

Esse não é e não foi um filme para se fazer de ânimo leve. Apresentando, como o faz, um peso muito particular, de sua história também muito particular, para quem conseguiu transportá-lo, ainda respirando, até à linha de chegada. Esse é o quarto “A Star Is Born” a chegar ao mundo e foi a versão de 1954, de George Cukor, estrelando Judy Garland, que embalou o maior soco [no estômago] emocional. E é com ele que o “A Star Is Born” de 2018 mais compartilha DNA; a versão trouxe à vida a união talvez não imediatamente óbvia de Bradley Cooper e Lady Gaga.

Quando nós, e ela, conhecemos a estrela country Jackson Maine (Cooper) — ainda lotando estádios mas, certamente, você percebe, não mais em seu melhor — ele está inchado, pálido, desgastado, com seus olhos nadando numa aquosa oferta de um alcoólatra em mal funcionamento. Em muitos aspectos fundamentais, Cooper é irreconhecível como o ator que conhecemos. E nunca tão irreconhecível do que quando ele fala pela primeira vez: sua voz, algumas oitavas abaixo de seu tom natural.

Ele é imediatamente cativado pela Ally de Lady Gaga (assim como nós estamos), quando ela aparece num bar drag apresentando “La Vie En Rose” com os cabelos pintados de preto e sobrancelhas coladas super arqueadas. Até então, tão Gaga. E aqui reside a questão central: Poderá ela, em seu primeiro longa-metragem, fazer a caracterização de uma garota normal e insegura que, apesar de ter certeza de seu talento, faz dos comentários dos homens da indústria - "você soa ótima, mas não tem uma aparência tão boa" - um loop em sua cabeça?

A resposta é sim. Ela faz uma performance que é ao mesmo tempo atraente e bem trabalhada e que, inclusive, você presume, a empurra em sua própria ascensão. Ela traz um naturalismo surpreendente e uma leveza de toque que está completamente em desacordo com sua personalidade pública; uma mistura requintada de descrença, cinismo, esperança e vulnerabilidade suave.

Abaixo da bravata e do orgulho estão as marcas das rejeições e decepções anteriores; ela tende a elas às vezes e as cutuca em outras, à medida em que seu mundo muda completamente. Mas há, sem dúvidas, momentos em que a teatralidade perde o controle - quando ela está tão à vontade diante de uma grande multidão que Ally é exterminada e Lady Gaga toma seu lugar.

O feitiço é desfeito, momentaneamente. Apesar disso, as cenas ao vivo são eletrizantes — são algumas das cenas de performances ao vivo mais críveis, autênticas e dinâmicas do cinema. Uma característica notável de ambas as performances e filmagens. Enquanto Gaga e particularmente Cooper fazem grande parte do trabalho pesado, créditos devem ser dados ao trabalho de edição feito por Joy Cassidy (“Silver Linings Playbooks”, “American Hustle”).

Apesar de a “Estrela” do título ser, sem dúvidas, Gaga, a estrela do filme é, sem dúvidas, Bradley Cooper. Ele é surpreendente como um homem aleijado pelos traumas emocionais ao longo da vida — a morte de sua mãe, o vício de seu pai e o zumbido debilitante e condição auditiva que ele possui desde o nascimento — a dor clara e presente logo atrás de seus olhos, comprimida na base de seu pescoço quando ele se curva para colocar o chapéu de cowboy.

Ally não está preparada para lidar com a bebida excessiva dele e a dor que ela mascara (“Você não acha que ele bebe um pouco de mais?” diz o irmão dele, Bobby, o fenomenal Sam Elliott, enquanto coloca um Jackson inconsciente na cama. “Querida, você não tem ideia”). Mas o que fica claro é que Ally representa a maior esperança que ele tem há anos. E a verdadeira tragédia está entre o nascimento daquela esperança e sua lenta morte, enquanto a carreira de Jackson o leva de volta à garganta de uma garrafa e a de Ally a coloca em cartazes em Los Angeles.

Em alguns casos, há solavancos relativamente pequenos. O empresário de Ally, Rez (Rafi Gavron), está incomodamente perto de ser um vilão de pantomima (com um sotaque britânico elegante): moldando-a numa artista que se vê adiando sua integridade por hits e sussurrando sombriamente no ouvido de Jackson. Uma performance do SNL e uma cena do Grammy são intrusões da realidade moderna em um filme que decididamente, se não retrô, se beneficia de uma paleta visual verde. Mas são pequenos detalhes.

“A Star Is Born” pode ser um remake, pode até ter tido um nascimento complicado, mas Cooper e Gaga certificaram-se de fazer o material parecer novo, urgente e cheio de alma. Um filme tanto para as épocas quanto para 2018. E quando o soco [no estômago] final é lançado, você fica se recuperando de tamanha originalidade e coração exibidos.

Uma estreia diretorial notavelmente assegurada de Bradley Cooper, que faz uma performance que define sua carreira frente a uma Lady Gaga promissora. Um remake que capta o tom e o espírito dos filmes anteriores, “A Star Is Born” ainda brilha seu próprio caminho, sincero e autêntico.

Nota: 5/5

“Nasce Uma Estrela” tem sua estreia para os EUA marcada para o dia 5 de outubro. No Brasil, o filme estreia dia 11 de outubro.

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Tradução por Maria Eduarda Seabra
Fonte

Revisão por Kathy Vanessa