Ao longo de sua carreira, Lady Gaga produziu inúmeras canções e lançou algumas músicas e singles que ficaram marcadas seja pelo sucesso ou pelo grande trabalho em cima de cada produção.

Com cinco álbuns de estúdio já lançados e um sexto à caminho, um álbum de jazz e uma trilha sonora de sucesso, Gaga contabiliza incontáveis músicas e cada uma com produção única e especial.

Nesta terça-feira dia 11 de fevereiro, data marcada pelo aniversário de "Born This Way” - uma das principais canções de Lady Gaga - que completa 9 anos este ano, o portal E! Online publicou um artigo com algumas informações sobre a história por trás de algumas músicas da Mother Monster.

Além do hino LGBTQI+, que foi a primeira música citando diretamente a comunidade a alcançar o #1 na Billboard Hot 100 e a ser apresentada no maior evento televisivo dos EUA, o Super Bowl, o artigo trás detalhes de outras canções como "The Edge of Glory", "Electric Chapel", "Applause", "Do What U Want", entre outras.

Ao final ainda é feita uma menção ao #LG6.

Confira a tradução:

'Born This Way' e além: A história por trás de um dos maiores hits de Lady Gaga

Foi a música que inflamou um movimento.

Nove anos atrás, dia 11 de fevereiro de 2011, Lady Gaga transformou uma declaração de missão* no smash hit 'Born This Way', o lead single de seu terceiro álbum de mesmo nome. A música, que mostra a estrela pop deixando claro o seu apoio a todas as pessoas vivendo exatamente como elas nasceram para viver, se tornou um hino para a comunidade LGBTQIA+ quando alcançou o número #1 em mais de 25 países ao redor do mundo.

*Significado de declaração de missão: define quem são seus clientes, identifica produtos e serviços que você produz. Fonte.

A música também marcou a primeira colaboração a ser lançada com o agora parceiro de longa data em composição e produção, Paul Blair (aka DJ White Shadow), dando origem a uma parceria produtiva que veria a dupla trabalhar junta tanto no álbum 'Born This Way' como em 'ARTPOP', bem como nas músicas pop da trilha sonora de 'Nasce Uma Estrela' (que venceu um Grammy por 'Melhor Trilha Sonora de Filme' no mês passado), dentre outras músicas.

Apresentado pelo antigo diretor criativo de Gaga, Matt Williams, que pegou Blair tocando músicas antigas e músicas de Chicago uma noite em Los Angeles, em uma época em que nenhum desses gêneros estavam sendo tocados nas boates, o deixou instantaneamente intrigado. Três meses depois de Blair enviar uma fita para Williams, a pedido do mesmo, ele recebeu uma ligação. 'Ele falou: 'Eu tenho essa artista, Gaga. Ela vai começar uma turnê. Ela quer música para mudar o show. Você pode fazer algo assim?' Eu disse: 'Sim, cara, tenho muitas músicas assim'', Blair contou ao E! News. 'Então eu enviei para ele tudo que era originalmente meu. E então eles acabaram usando para a turnê dela'.

Isso levou Williams a pedir a Blair para enviar algumas músicas que seriam para o álbum 'Born This Way'. Dentro de uma semana e meia, ele tinha uma boa quantidade de músicas prontas para mandar para Gaga. 'Ela me ligou no dia seguinte e disse: 'Que porr* é essa?' E eu disse: 'Eu não sei'', ele relembra. 'E então ela me ligou dois dias depois e já havia escrito a letra e feito a melodia de 'Bloody Mary', 'Electric Chapel' e outra. Não consigo lembrar de cabeça. 'Highway Unicorn (Road to Love)' talvez'.

Trabalhando no álbum enquanto fazia a turnê, os dois continuaram se falando por telefone por um tempo, Blair nos contou. 'Depois ela veio para Chicago, entrei no ônibus e nunca mais saí'.

Apesar de que resumir uma sessão de composição com Gaga não tenha sido fácil para Blair — 'Quando você descobrir como descrever, quando alguém te contar, você me conta', ele me contou, rindo — ele admitiu prontamente que ele nunca trabalhou com alguém como ela.

'Já estive em lugares com milhares e milhares de pessoas nos últimos 10 anos', ele contou. 'E eu nunca testemunhei o fenômeno que é Lady Gaga escrevendo músicas em uma sessão. Por bem ou por mal, ela é única, tão única como um animal ao nascer. É como uma combinação de vontade, talento e ideias. Às vezes, sabe, é como se você sentasse e esperasse, assistisse e esperasse, porque não há nada que você possa fazer. É como ficar em pé em um furacão usando apenas um casaco de chuva. É assim, apenas espere até acontecer, porque você não consegue entender enquanto está acontecendo'.

E apesar de os dois álbuns de Gaga que carregam a maioria de suas impressões digitais — 'Born This Way' e 'ARTPOP' — serem um tanto quanto diferentes uns dos outros, não é como se tivessem começado assim. 'Ela nunca veio e falou: 'Eu quero fazer um álbum que soa dessa forma' ou 'Eu quero fazer um álbum que é sobre aquilo'. É sempre assim, ela quer fazer coisas que fazem as pessoas felizes e que faz as pessoas se sentirem livres e empoderadas', ele explicou. 'É sempre do mesmo lugar no coração dela que as coisas vêm. Então eu acho que cada álbum, mesmo aqueles que eu não participei, sabe, eles meio que carregam a mesma bandeira. Pode até ter um tempero diferente na carne, mas é sempre a mesma carne, sabe?'

Quando se trata do motivo pelo qual ARTPOP notoriamente não foi tão bem recebido como o resto dos álbuns de Gaga quando foi lançado em 2013, Blair tem algumas opiniões. 'Eu sinto que naquela época estávamos tentando fazer algo que destacasse, sabe o que quero dizer? Então por bem ou por mal, quando você se destaca...', ele disse, se estendendo. 'Eu acho que quando eu percebi a vibe de que estava, bem, todos estavam falando: 'Isso não é de tal jeito. E isso não é tal coisa. E isso deveria ter sido assim' ou 'Essa música não é tão boa quanto tal música', é tipo, ok, é o que vocês acharam'.

'Estávamos tentando ser esquisitos para caralh, cara', ele continuou. 'E estávamos tentando ficar na esquerda do centro e tentar novas merds. E, sabe de uma coisa? Fizemos isso. Então se tornou-se ou não, sabe, a música tema para desenho de criança, quem liga, sabe? Não estávamos tentando o 'ba-da-da-da-da' do McDonald's. [Risos] Foi como se nós estivéssemos tentando ser bem estranhos, e adivinha? Missão cumprida'.

Em homenagem ao nono aniversário do lançamento de 'Born This Way', nós pedimos a Blair para fazer uma viagem ao passado, revisitando algumas das maiores músicas que ele trabalhou com Gaga na última década. (Para saber o que ele achou de trabalhar em 'Nasce Uma Estrela' com a superestrela, clique aqui).

'Born This Way' (2011): Enquanto essa não era a primeira faixa em que trabalharam juntos, o hino de auto-emponderamento seria o primeiro de suas colaborações que o mundo provaria ao ser lançado em 11 de Fevereiro de 2011 como carro-chefe do terceiro álbum de mesmo nome. A canção alcançou o número #1 em mais de 25 países e se tornou o terceiro single de Gaga no topo da Billboard Hot 100 dos charts dos EUA. No processo, se tornou um hino para a comunidade LGBTQIA+ graças à sua letra explícita de apoio, sendo a primeira desse tipo no mainstream da música pop.

'Creio que tudo começa em algum lugar, e no caminho, se pretendo que dirijamos de Los Angeles a Chicago, e queremos chegar em Chicago, no tempo entre um e outro, teremos muitas experiências que não esperávamos, não prevíamos, ou mesmo prevendo não compreendíamos direito no caminho, certo?' Blair explicou. 'Então, o que digo é que não acho que a canção foi feita pra ser um hino em si. Escrevemos a canção, porque queremos que as pessoas recebam uma luz em como elas devem ser.'.

'Talvez essa canção não foi pra você', ele continua. 'Talvez essa canção foi para alguém, que não você, que nunca te conheceu, gostou da canção e passou a te compreender melhor. Também pode ter sido feita para você se entender melhor e como se encaixa no mundo, e talvez seja para você que precisa ser compreendido a fim de conseguir entender alguém que nasceu de um jeito além de seu entendimento'.

'Creio que quando sentamos para falar da canção e como ela deve nos fazer sentir, obviamente queríamos chegar em 'Chicago'. Queríamos uma canção apreciada pelos fãs, com uma mensagem importante, que soasse e fosse sentida de certo modo. Mas, no caminho, a canção tomou outra perspectiva para todos'.

E, por isso, muita atenção foi investida para que tudo desse certo. Blair nos contou que tem mais de 120 versões da faixa, provando o que alega. 'Para mim, de todas as canções que já fiz na vida, essa é a mais importante que já participei', ele explica. 'Toda vez que a ouço, eu penso: 'Que foda, maravilhosa'. Não só pela mensagem que leva, mas por ter sentado e passado tanto tempo, garantindo que ela seria incrível. Pois, todos nós entendíamos sua importância'.

'The Edge Of Glory' (2011): Para o terceiro single de 'Born This Way', lançado semanas antes do álbum em 23 de Maio de 2011, essa faixa eufórica, eletro-rock e inspirada em disco foi lançada apresentando um solo icônico de saxofone, por Clarence Clemons da banda de Bruce Springsteen 'E Street Band'. Clemons morreria um mês depois do lançamento, aos 69.

'O pai dela é um grande admirador da 'E Street' e de Bruce Springsteen, sabe? Então ela cresceu ouvindo isso. E enquanto eu comecei a desenvolver a música, ela disse: 'Eu quero muito um solo de saxofone ou quero muito, sabe, um solo nisso'. Eu não sabia o que era primeiro: sax, trompete, tanto faz. Eu não lembro como tudo começou, mas alguém disse: 'Vamos chamar o Clarence Clemons, cara. Ver o que ele diz'. E ele topou pouco tempo depois', Blair lembra rindo. 'Nós estávamos tipo: 'Espera um minuto'. Foi louco. Eu não sei se eu disse uma única palavra aquele dia para ser sincero com você, pois existem certos momentos onde você está lá e é tipo: 'O que está acontecendo aqui?!' Eu estava tipo: 'Esse cara tá aqui de verdade almoçando comigo e ele vai tocar um solo nesse negócio que a gente começou a fazer, ou coisa parecida?''

'É surreal. E eu acho que não importa quem você é no mundo, eu não ligo o quão 'por cima' você está, você ainda fica animado de trabalhar com pessoas e ver pessoas e falar com pessoas sobre a carreira musical delas. Nós, como músicos, somos grandes fãs dele e da banda então alguém simplesmente disse: 'Vamos tentar'. E aconteceu.

'Electric Chapel' (2011): Inspiração para esse álbum, um dos primeiros instrumentais que Gaga respondeu quando Blair mandou as opções dela no início, imediatamente compondo para isso, veio de uma fonte incomum, todas as coisas consideradas. A faixa, carregada com uma guitarra, encontra a pop star abraçando um glam metal que também não estaria fora dos dark discos de Berlin. É profunda, mas uma favorita das fãs.

'Esse último fim de semana alguém estava falando: 'Obviamente Michael Jackson é seu músico favorito. Quem é seu segundo músico favorito?' As pessoas me perguntam toda hora e é a pergunta mais difícil de responder pois eu tenho uma lista muito grande, mas em tempos diferentes, eu teria respondido coisas diferentes. Mas um que constantemente fica no meu 'top five' e normalmente é o número dois ou três é o 'Lynyrd Skynyrd', Blair conta para gente. 'Eu amo Lynyrd Skynyrd. Então eu sempre quis fazer algo que tivesse alguma coisa de dance e alguma coisa de rock. E também, eu trabalho com guitarras o tempo todo e no momento eu estava trabalhando com essas coisas, eu só, não sei, funcionou. Então eu coloquei a guitarra lá e fiz o que estávamos fazendo na época e tipo: 'Ah legal. Temos uma faixa'. Mandei. E quando ela mandou de volta, eu pensei: 'Meu Deus, isso é matador''.

'Applause' (2013): Para seu quarto álbum de estúdio, 'ARTPOP', Gaga seguiu direções diferentes de 'Born This Way', mergulhando de cabeça na sonoridade Eurodance e EDM. Assim, o electropop é a essência do lead single do álbum. Alcançando a posição de número #4 na Hot 100, a música mostra a pop star analisando sua relação com a fama talvez da forma mais óbvia até aquele momento. Quanto à forma como se tornou a primeira amostra do LP que se tornaria um assunto delicado para o público.

'Eu vou ter que salvar isso para aquela coisa de VH1 quando eu ficar bem velho', Blair nos disse, rindo. 'Mas me deixe te dizer uma coisa. Eu amo 'Applause'. Eu acho que é uma música tão energética. E não era inicialmente para ser o primeiro single. Quando você está lidando com a máquina, e o que eu quero dizer por máquina é que existem muitas pessoas que tem influência na sua música, sabe, na sua arte. É muito difícil, eu acho, para ela, para todo mundo no mercado que é um compositor de verdade, sabe, compositor, performer, que seja'.

Ele continuou: 'Imagine ter um bebê, a coisa sai da prra da sua vagina e então um monte de gente fica em cima como se tipo: 'Espere um minuto, o nariz não é perfeito e a orelha é esquisita para caralho'. E você tipo: 'Pelo amor de Deus, deixe a coisa crescer. Acredite em mim um pouco. É meu bebê. Me deixe tirar ele daqui'. Eu acho que... 'ARTPOP' foi um pouco como uma peça quadrada. E, sabe, quando você faz uma peça quadrada, e você tem a intenção de que ela seja uma peça quadrada, e todo mundo está acostumado com buracos redondos, se tem de convencer e massagear um pouco. 'ARTPOP*' era incomum, era um pássaro incomum. Então existem histórias lá que são interessantes'.

'Do What U Want' (2013): O segundo single do 'ARTPOP' foi essa essa faixa electro-R&B, na superfície, submissão sexual, mas também permitindo o público dizer o que eles quisessem sobre o corpo dela, para manter o resto para si (sua alma, sua voz, seu coração) o seu eu. Com uma participação de R.Kelly, a música atraiu criticismo nos anos recentes pelo seu envolvimento, levando Gaga a tirar a música dos serviços de streaming em Janeiro de 2019 depois que 'Lifetime's Surviving R.Kelly' revelou novas e perturbadoras acusações de assédio sexual e má conduta por parte do cantor. 'Eu não posso voltar atrás, mas eu posso seguir em frente e continuar a dar suporte à mulheres, homens, e pessoas de todas as identidades, e de todas as raças, que são vítimas de assédio sexual', ela disse em uma declaração anunciando a decisão de retirar a música. 'Eu sinto muito, tanto por meu mal julgamento quando eu era mais jovem e por não ter me pronunciado antes'.

Contudo, ainda há um remix excelente com Christina Aguilera no lugar de Kelly.

'Eu até mesmo lembro especificamente quando nós escrevemos. Estávamos em um ônibus fazendo turnê pela Europa. E estávamos brincando de coisas estranhas da esquerda para o centro em um arpejador', Blair nos contou a respeito da criação da música. 'Eu amo Suspiria e todos os filmes de Dario Argento e de Giorgio Moroder dos anos 70, todas as coisas velhas de disco italiano. E eu nem sei se estávamos na Itália ou não. E eu estava falando sobre arpejadores. Então fiz essa música, ela compôs a música toda e aquela música provavelmente ficou lá boa parte do ano, de nove meses a um ano até que nós voltamos para os Estados Unidos e terminamos o álbum. Eu nem lembro se tínhamos o álbum todo pronto, certo? Mas era uma daquelas músicas que estava ali e estávamos checando tudo e ela tinha mencionado que seria legal ter alguns elementos no álbum'.

Como Blair relembrou, foi ele que sugeriu que Kelly entrasse na faixa. 'Não foi como se tivéssemos feito a música e todo mundo estivesse tipo: 'Meu Deus, não coloque R. Kelly nisso. Ele é um babaca'. Eu acho, dólar por dólar, que R. Kelly como compositor — não como ser humano, mas como compositor — é uma das pessoas mais talentosas dos últimos 20 anos', ele explicou, citando hits como 'I Believe I Can Fly' e 'You Are Not Alone' como exemplo da habilidade incontestável de Kelly como compositor.

'Eu conhecia um filho da put* de Chicago que conhecia R.Kelly, e enviou a música para ele. R. Kelly mandou a música de volta, nós ouvimos, e falamos: 'Isso é fod* para caralh'. Passou para Jimmy [Lovine, antigo diretor e CEO da Interscope Records]. Jimmy falou: 'Isso está muito bom'. Colocou em um comercial da *Beats, e vendeu milhares de discos', ele continuou.

Como Blair explicou, ele acha que é péssimo que 'todos que já trabalharam com R. Kelly tenham sido atacados' quando as alegações vieram à tona. 'Não é tão ruim quanto as coisas que ele fez com outras pessoas'. Ele adiciona: 'E confie em mim quando te digo, nosso lado da cerca é cheio de amor e respeito e admiração pela humanidade em geral. Todas as pessoas. Então se houvesse ao menos uma suspeita… se nós tivéssemos tido uma indicação… nós teríamos mudado. Não precisamos que o R.Kelly esteja na música para ela ser uma música boa'.

'Quando eu ouço a música agora, me desanima tremendamente, porque eu acho que é uma das melhores músicas que eu já produzi. Acho que é muito bem escrita e a voz dela soa louca para caralh*', ele continua. 'Então a música ter sido manchada por causa das ações de alguém que não temos controle sobre —e ouça, a música foi lá de baixo até o topo das rádios. Ninguém disse nada para nós, certo? Então não é só a Gaga. Me senti muito mal quando ela teve que ir e dizer: 'Ouça, vou tirar essa música. Estou fazendo isto e estou fazendo aquilo'. Mas eu entendo. É um subproduto infeliz de ser criativo. E eu não estou tentando arrumar uma desculpa. Nós apenas não sabíamos'.

'Sexxx Dreams' (2013): Um corte profundo de 'ARTPOP', essa faixa sexy synthpop encontra Gaga levando os fãs para dentro dos seus sonhos mais pervertidos. Apesar de nunca ter se tornado single, a música continua sendo uma das favoritas dos fãs. Mas a música não veio fácil.

'Nós gravamos em um quarto de hotel. Eu não me lembro qual cidade estávamos. Mas eu me lembro que começamos depois que o show dela havia terminado e não saímos do quarto até meio dia do dia seguinte. Ficamos acordados literalmente a noite toda naquela música na primeira noite', Blair revelou. 'Ela teve uma ideia na cabeça dela e queria pôr para fora. E então ela estava tão animada para isso que depois do show, nós fomos para o quarto, arrumamos tudo, e trabalhamos nela por um longo, longo tempo'.

Ele continuou: 'Eu acho que foi uma dessas coisas onde ela sabia que queria deixar a música pronta, mas não sabia exatamente como fazer isso logo no começo. Então nós tentamos um zilhão de coisas e eu lembro especificamente quando ela entendeu onde estava indo, foi tipo: 'Meu Deus, tão fod*'. Às vezes quando você está tentando explicar as coisas, mesmo quando está na sua cabeça, é difícil explicar. E esse foi um dos momentos que levou um longo tempo para chegar lá. Mas quando chegou, nós falamos: 'Isso está ótimo''.

'Gypsy' (2013): Enquanto 'Applause' é a faixa que encerra oficialmente 'ARTPOP', percebe-se que esta, a penúltima música da tracklist, poderia ter feito um final melhor. A música também mostra Gaga abordando seus sentimentos sobre a fama, mas desta vez em uma natureza mais antêmica, com uma produção assistida por Madeon que envolve o ouvinte como um uníssono* ecoante. Embora seja um pouco perfurada por não ser os segundos finais do álbum, a música se constrói em um momento eufórico de gritos internacionais, guitarras agitadas e palmas irreprimíveis - algo que Blair diz ser um imperativo de design em todo o LP.

*Uníssono: 1. Que tem o mesmo som / 2. Que vibra em harmonia com outro(s).

'Madeon era o principal responsável por essa música. Algumas das coisas de quando estávamos trabalhando nela foi um esforço de equipe muito, muito genuíno. Então era como se você fazia algo em algum lugar, e depois Madeon chegava e começava a conduzí-la. Eu e Nick [Monson] e Dino [Zisis], todos nós meio que nos separávamos e trabalhávamos em coisas diferentes em momentos diferentes. Foi um esforço de equipe real'.

'Até 'Dope', no final do álbum. Ela começou com uma gravação completamente distinta e Rick Rubin chegou e quiz fazer algo diferente. Então foi tipo: 'Tudo bem, cara, tenta'', continuou ele. 'Estávamos em uma zona onde era tipo: 'Foda-se. Qualquer um que enxergue visão, vamos colocá-lo aqui e deixar rolar'. Então eu acho que cada uma dessas músicas nesse disco tem um momento especial. Não acho que haja uma música nesse disco que não tenha, de alguma forma, um momento, um lugar. E acho que, para melhor ou para pior, essa era a ideia da coisa toda, criar algo que parece loucura. É arte. Era arte. A coisa toda. Era tipo: 'Vamos ser o mais artísticos quanto for humanamente possível'. Então se é para colocar algo aqui, vamos colocar. Não deixe que alguém lhe diga o que fazer ou como fazer. Simplesmente façamos. Acho que às vezes era esse tipo de coisa que acabou formando esse uníssono ecoante e esse sentimento tão grande e realmente triunfante'.

'The Cure' (2017): Quando Gaga entrou como atração principal do Coachella em 2017 para substituir uma Beyoncé grávida, ela marcou a ocasião com este single único inspirado na trop house. E se você acha que ele soa semelhante à vibração e ao conteúdo lírico de algumas das faixas pop da Ally de 'Nasce Uma Estrela', nas quais Gaga também estava, ao mesmo tempo, trabalhando com Blair e os outros co-compositores da música, Lukas Nelson, Mark Nilan e Nick Monson, ele jura que é apenas uma coincidência.

'Eu diria que você não está completamente errado, mas eis como as coisas funcionam. Antes de 'Nasce Uma Estrela' aparecer, estávamos apenas escrevendo coisas para qualquer coisa. Mesmo antes de 'ARTPOP', antes de 'Born This Way', depois de 'Born This Way', ela apenas escreve e eu apenas faço faixas. Quero dizer, é o que fazemos, certo? Então, às vezes, eu enviava coisas para ela, ou Nick mandava coisas para ela ou ela nos mandava coisas. Então, há coisas flutuando por aí. 'The Cure', eu não diria que foi escrita para o filme. Definitivamente não foi escrita para o filme, para ir nessa direção. Foi como quando uma xícara fica cheia, as coisas começam a se espalhar para outras coisas e você começa a despejar a água em outras xícaras e talvez tenha havido alguma polinização cruzada de uma coisa para outra. Mas, honestamente, não foi para isso que foi escrita - era apenas uma boa música'.

Ele continuou: 'Se alguma coisa, é provavelmente minha culpa porque eu estava provavelmente produzindo coisas. É provavelmente mais coisa de produção do que coisa de música, para ser honesto, se é assim que você está se sentindo, porque do jeito que aquilo saiu foi tipo: 'Ei, nós queremos fazer algo novo no Coachella', e eu tipo: 'Que tal essa música?' 'The Cure' é uma das minhas músicas favoritas que eu já fiz com ela. Eu amo aquela música. Eu acho que é louca pra caralh. É uma ótima música. Eu acho a mensagem fod. E eu acho que aquela música soa fod* e eu amo a voz dela na música. Era para ser apenas uma faixa avulsa para a coisa do Coachella e para fazer algo novo e para estar lá fora e as pessoas meio que se apaixonarem por ela'.

LG6 (????): Claro, não poderíamos deixar uma entrevista com um dos mais confiáveis e frequentes colaboradores da Gaga sem perguntar sobre seu sexto álbum de estúdio de longa gestação. Afinal, de acordo com os rumores da internet, ele esteve trabalhando com ela no altamente antecipado LP. Então, qual é o furo? Bem, nós o deixaremos explicar.

'Na verdade, eu não estou trabalhando no LG6', ele admitiu. 'Fiquei de fora dessa. Eu ouvi. Não é minha arte para compartilhar com vocês, mas posso dizer que como tudo que ela faz, é genial. Estou animado para ela lançar. Acho que é muito bom'.

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Tradução por Vanessa Braz de Queiroz, Perfume Tropical, Marilia Bueno, Alexander Junior e Maria Eduarda Seabra

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