Em poucos meses teremos nas telonas a nova, e tão aguardada, aposta cinematográfica de Lady Gaga, o longa "Coringa: Delírio a Dois", no qual protagoniza Arlequina ao lado de Joaquin Phoenix (Coringa), que tem sua estreia nos cinemas brasileiros marcada para o dia 3 de outubro de 2024.
Com a estreia do filme cada vez mais próxima, novas informações começam a circular, estando as mais recentes presentes na nova edição da Empire Magazine, que tem Lady Gaga e Joaquin Phoenix na capa, tendo em seu conteúdo principal entrevistas exclusivas com os protagonistas e com o diretor do longa, que trazem novos detalhes dos personagens e do filme no geral.
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O FBI estava no caso. O Exército estava pronto. Não pela primeira vez, o 'Coringa' estava causando caos, e anarquia estava no ar, a cidade em alerta máximo. Ainda assim, isso era real. Muito real.
Era final de setembro de 2019. 'Oficiais do Exército estão alertando os soldados sobre possíveis tiroteios em massa nos cinemas que exibirem o filme', um repórter da ABC declarou com urgência. 'Isso acontece depois de algumas pessoas terem criticado o filme por romantizar o palhaço príncipe do crime de Gotham, algumas temendo que o filme possa tornar-se uma inspiração para criminosos do mundo real'. Dias depois, o programa da CBS chamado Inside Edition mostrou cenas de policiais de combate ao terrorismo com armamento automático do lado de fora de um cinema em Nova Iorque, na noite da estreia do filme, carros de polícia enfileirados ao redor do quarteirão, e espectadores sendo revistados antes de entrar na sessão.
Foi 'sem sentido', diz Todd Phillips. Ele parece estar com raiva até agora. 'Eu estava em Londres fazendo publicidade do filme, uma semana antes do filme estrear. A CNN estava no ar, e o banner com as notícias na parte inferior da tela dizia que o FBI e o Exército esperavam violência nas exibições de Coringa ao redor dos EUA'. A mídia havia abraçado isso, diz o diretor, e sentiam que poderia vir a se tornar uma profecia auto realizada. 'Mas por sorte, nada (ruim) aconteceu. Foi tão absurdo. Foi muito absurdo para nós. O filme havia sido mal interpretado por tantas pessoas, e começamos a ouvir isso. 'Oh, isso vai ter um efeito no filme, as pessoas não vão assisti-lo''.
Ninguém esperava que 'Coringa' fizesse o que fez. Um filme sobre as origens de um dos personagens mais icônicos dos quadrinhos e da história do cinema, o filme de U$55 milhões estava mundos à frente do que estava acontecendo nos universos cinemáticos da Marvel e da DC. Um estudo de personagem piedoso sobre Arthur Fleck, um homem perturbado, confuso e problemático, abusado pela mãe e abandonado pelos serviços sociais, e que era um perdedor. Um risco. Tanto é que, diz Phillips, o diretor precisou lutar para fazer o filme. 'Houve muitos que duvidaram, e não estou falando das pessoas na internet, estou falando do estúdio – era um regime diferente cuidando da DC. Havia milhões de razões pelas quais diziam, 'De jeito nenhum''.
Assim, ninguém esperava que ganhasse o prêmio máximo no Festival de Cinema de Veneza. Ou que fizesse um bilhão na bilheteria. Ou que se tornasse um fenômeno global que deu margem à criação de zilhões de artigos de reflexão. Ou ser nomeado a 11 prêmios da Academia, tendo ganhado dois (Joaquin Phoenix por 'Melhor Ator', e Hildur Guðnadóttir por 'Melhor Trilha Sonora'). Mas foi o que aconteceu. 'Então aquele sentimento de satisfação, de provar que as pessoas estavam erradas, aquilo foi muito satisfatório', diz Phillips.
Então, o que vem depois? Após todo o sucesso... o que fazer?
Um espetáculo de música e dança, obviamente. Obviamente.
É junho de 2024, e a Empire está tomando café da manhã com Phillips no jardim do terraço do famoso Chateau Marmont, em Los Angeles. Todo tipo de coringa já passou por aqui. A cinco anos atrás, para discutir o primeiro filme, a Empire se encontrou com Phoenix na piscina aqui, onde ele passou um bom tempo descascando uma laranja enquanto fumava um cigarro atrás de outro e não respondia direito a nossas perguntas. Jack Nicholson era frequentador assíduo do local. Heath Ledger dava festas aqui. Jared Leto lançou uma linha de produtos de beleza aqui.
É uma linda manhã de verão com brisa, sem outros patrocinadores por perto, o que faz sentido: estamos aqui para discutir 'Coringa: Delírio a Dois' longe de ouvidos curiosos. 24 horas antes, a alguns quilômetros ao norte da Warner Bros. Studios em Burbank, onde a maior parte do filme foi feito, a Empire assistiu a algumas cenas, que ainda estamos processando enquanto comemos ovos no Chateau. Uma exploração feroz da personalidade dupla de Arthur, que se passa em grande parte entre o Hospital de Arkham State e o Tribunal de Gotham County, onde ele participa do julgamento pelos assassinatos cometidos por ele no primeiro filme, este não é um filme sobre crimes violentos. E prepare-se para as canções. Tem muitas delas. Esta é uma sequência que traz uma verdadeira farra. É uma mudança drástica.
'Essa foi literalmente a razão para fazê-lo', diz Phillips. 'A única razão pela qual Joaquin faria um outro filme é se parecesse amedrontador para ele. Algo que o fez realmente se dedicar no primeiro filme foi esse medo, todos os dias, esse medo nauseante de, 'O que diabos estamos fazendo?' Ele não queria que fosse fácil. E ele queria parecer tão amedrontado quanto antes nesse filme. Ele continua, 'Bem, se eu vou fazê-lo, quero sentir como se não fosse dar certo'. Phoenix diz à Empire por telefone dias depois, confirmando.
'É a única maneira de eu conseguir fazer qualquer filme', ele diz. 'Se não parece ser perigoso, se não há uma boa chance de que você vá falhar espetacularmente, então... qual é o sentido?'
Essa é a primeira sequência que Phoenix já fez. Embora Phillips tenha um problema com essa palavra. 'Eu não vejo o filme como uma sequência. 'Se Beber, Não Case 2' é uma sequência', ele diz, se referindo a seu próprio trabalho. 'Muito frequentemente uma sequência é mais do mesmo, só que maior. É claro que ('Delírio a Dois') é uma sequência, mas parecia que estávamos fazendo algo totalmente diferente. É algo totalmente e essencialmente muito diferente. O primeiro filme subverteu as expectativas do que seria. Então, como fazê-lo outra vez?' A resposta, ele diz, foi honrar o que estavam explorando com Arthur desde o início.
Isso estava sempre sendo discutido, diz Phillips. 'Joaquin e eu conversamos sobre um outro filme o tempo todo enquanto estávamos fazendo o primeiro, apenas porque amamos o personagem. Ficamos obcecados com o Arthur. Até costumávamos brincar que, 'Oh, devíamos tomar o Arthur e fazer isso outra vez'. Definitivamente houve brincadeiras, diz Phoenix. 'Eu tinha uma curiosidade de explorar mais o personagem. Parecia que você poderia' - ele ri - 'colocá-lo em quase qualquer situação, e eu ficaria interessado em ver como ele a conduziria. Eu fiz vários pôsteres de filmes que já foram feitos, como 'O Bebê de Rosemary' e 'O Poderoso Chefão', e coloquei o 'Coringa' neles e dei ao Todd. Havia uma piada recorrente de, 'E o Coringa no espaço?' Mas sim, eu estava fascinado para ver onde ele acabaria'.
Phillips e o co-roteirista Scott Silver começaram a pensar seriamente em uma continuação logo após o Oscar de 2020, com a pandemia em curso e a reação ao primeiro filme ainda persistindo. 'Tornou-se um símbolo de resistência', diz Phillips. 'Eu via fotos de pessoas vestidas como Coringa em protestos ao redor do mundo, o que era legal, mas o filme se tornou esse tipo de símbolo involuntário e equivocado. Da mesma forma, em 'Delírio a Dois', Arthur se tornou esse símbolo para as pessoas. Esse símbolo involuntário e inconsciente agora pagando pelos crimes do primeiro filme, mas ao mesmo tempo encontrando a única coisa que ele sempre quis, que era amor. Isso sempre foi o que ele buscava, mesmo sendo empurrado e puxado em todas essas direções. Então tentamos fazer a versão mais pura disso'.
Nunca seria sobre Arthur se estabelecendo em seu novo status de figura involuntária, instigando uma onda de crimes. 'Nós nunca faríamos isso', explica Phillips. 'Porque Arthur claramente não é um gênio do crime. Ele nunca foi isso'. Ele não saberia o que fazer com a responsabilidade. 'Isso mesmo. Coloque-o em um caixote de sabão na sala de recreação da prisão para falar com todos e ele não saberia o que dizer'. Seguindo o primeiro filme, este é mais sobre o que o Coringa significa para todos os outros.
Quando encontramos Arthur, ele está na ala de segurança máxima implacável de Arkham, mental e fisicamente debilitado, empurrado e espancado por guardas implacáveis. A reabilitação não parece estar nos planos. Sua advogada, Maryanne Stewart (Catherine Keener), acreditando que, como resultado de sua infância abusiva, Arthur tem uma personalidade dividida, com seu lado sombrio sendo responsável pelos assassinatos, quer tirá-lo de lá (esperando que um júri o considere inocente por motivo de insanidade) e levá-lo para 'um hospital de verdade'.
Ao lado de Keener, há mais novos membros no elenco, incluindo Brendan Gleeson como um guarda particularmente brutal de Arkham, e Steve Coogan como o apresentador de televisão Paddy Meyers, inspirado por Phillips e Silver em figuras como Geraldo Rivera e Tom Snyder, que ambos entrevistaram Charles Manson na prisão nos anos 1980. Meyers, ousado e provocador, consegue uma entrevista exclusiva com Arthur enquanto ele está em Arkham, aguardando julgamento. 'Ele é o máximo, é muito rápido', diz Phillips sobre Coogan, que ele conhece há anos. 'Joaquin adorou ele porque adora grandes atores. Você podia ver que Joaquin adorava enfrentá-lo'.
Também na escuridão de Arkham... Arthur encontra um brilho de luz.
Aqui estou eu, diz Lady Gaga com um sorriso. Estamos no começo de uma entrevista em vídeo e nós acabamos de dizer para ela que, depois de termos falado com Phillips e Phoenix, era hora de ouvir o lado dela da história. E de fato, ela realmente está aqui.
Arthur vê pela primeira vez Lee Quinzel cantando enquanto ele é acompanhado pela ala de segurança mínima de Arkham, onde Lee reside. Quando eles se conhecem, ela se apega fortemente (o produto de uma infância horrível) e diz a ele o quanto ela estava inspirada pelo assassinato ao vivo do apresentador de talk show Murray Franklin. 'Fólie à Deux' é o termo de uma doença mental compartilhada por duas pessoas, embora Phillips também gostou que em francês o termo soa romântico.
Arthur se apaixona por Lee à primeira vista.
Enquanto Arthur é uma versão muito humana e quebrada do Coringa, Lee é uma versão bem mundo real de Harley Quinn, que foi introduzida pela primeira vez no Batman de 1992 como uma ginasta psicótica, estridente, sorridente e com rosto de palhaço como foi representada por Margot Robbie em 'Esquadrão Suicida' com alegria caricatural. Não há disso aqui.
'Enquanto há algumas coisas que as pessoas achariam familiar nela, realmente é a interpretação da Gaga e a minha interpretação e a de Scott', explica Phillips sobre como ele e Silver a abordaram. 'Ela se tornou como as garotas que idolatravam Charles Manson. Do jeito que às vezes esses assassinos presos tem pessoas que se interessam por eles. A coisas sobre a Harley no filme que foram tiradas dos quadrinhos, mas nós pegamos e moldamos da forma que nós queríamos que ela fosse'.
Phillips conheceu Gaga quando ele produziu 'Nasce Uma Estrela' de Bradley Cooper. 'Eu realmente amei ela, toda sua vibração, então quando eu e Scott começamos a escrever com a ideia de a música se tornar uma grande parte do filme, nós queríamos alguém que trouxesse a música com ela'.
Foi uma decisão de escolha de casting sem pensar e as complexidades do script a trouxeram. 'Não tem um tipo de gênero específico, esse filme', ela explica. 'É um thriller psicológico, é um drama, é uma tragédia. Seria muito difícil para não dizer que também há um pouco de comédia nele, por que, eu acho muito engraçado. E o filme utiliza a música de uma forma muito particular e extremamente matizado, eu pude ver a agulha com a qual eles estavam tentando costurar quando eu li o roteiro'.
Ela fez a devida diligência com a história anterior da Harley, mas esse filme não era isso. 'Eu fiz o meu melhor para, é claro, conhecer todas as peças interessantes que iriam surgir enquanto eu desenvolvia esse personagem', ela diz. 'Mas eu realmente abordei Lee com a ideia de: 'Qual é essa história? E o que ela traz para a vida de Arthur? Para melhor ou para pior?''
O que ela absolutamente traz para vida de Arthur é música, Mais dela, de qualquer forma. As canções em 'Delírio a Dois', diz Phillips, 'vem dessa ideia que eu e Joaquin falamos no primeiro filme, que Arthur tinha música nele'. Não podemos esquecer de Arthur dançando nos degraus, ele cantando no hospital. 'Há uma certa graça que Arthur tinha, há algo bem antigo nele. Por mais estranho e estragado que ele fosse com o mundo, e ele ainda é, ele tem uma graça. Ele tem algo bonito nele. Ele foi capaz de dançar no banheiro quando não havia ninguém olhando, e há uma beleza nisso. Então nós continuamos com isso, levando essa ideia mais adiante'.
Hildur Guðnadóttir havia sonhado com isso. Literalmente. Na noite antes da estreia do primeiro filme, algumas imagens entraram no seu subconsciente: o Coringa, com alguns dançarinos e guarda-chuvas. Mas nem ela esperaria por algo assim.
É realmente ousado e uma decisão surpreendente, se baseia tão fortemente na parte musical das coisas, mas de certa forma foi uma progressão natural'. diz a compositora sobre 'Delírio a Dois'. Ela retorna para cumprir alguns trabalhos, dessa vez com uns desafios a mais, por ela precisar adicionar suas cordas carregadas de destruição nas músicas, também. 'Foi claro para mim no início que nós precisávamos combinar de alguma forma a trilha sonora com as canções. Por que igual o personagem Arthur tem uma personalidade partida, então esses sons são também um pouco na sua essência, personalidades partidas'. Phillips diz que ele mandava para Guðnadóttir arranjos de músicas e pedia para 'Hildurizar' elas. 'Ela iria estabelecer a trilha sonora de forma que elas ainda parecessem parte filme'. A trilha infectando as canções. 'Sim'. ele diz. 'A trilha sonora está infectando os clássicos e afetando as performances'.
São clássicos: 'Delírio a Dois' contém músicas de musicais de Hollywood do meio do século 20, e outras de artistas como Burt Bacharach e Hal David, Anthony Newley, Jacques Brel. Elas combinaram com Gaga como uma luva. 'Eu acho que não é segredo que essas músicas são uma parte muito grande da minha vida', ela diz que os álbuns de covers que ela fez com o rei Tony Bennett e seus shows de jazz em Vegas, atestam isso.
Mas cantar como Lee trouxe um desafio. 'Um dos meus maiores trabalhos como atriz nesse projeto foi abordar música de uma forma que eu não faria no palco, mas de uma perspectiva da minha personagem e o que as canções ou as letras significassem como uma parte da cena', ela explica.
'As pessoas me conhecem pelo meu nome artístico, Lady Gaga, certo? Esta sou eu como perfomer, mas não é o que o filme é; estou interpretando um personagem. Então eu trabalhei muito no jeito que canto de forma que viesse de Lee e não de mim como performer. Como você pega a música e faz ela ser uma extensão do diálogo, de forma que o personagem não soe como um cantor profissional. Ele deve soar como alguém que está tomando banho e só grita na música'. No que a Empire ouviu, não há traços de notas ruins de Gaga, mas ela rapidamente refuta isso. 'Para mim, há muitas notas ruins, na verdade, de Lee', ela ri. 'Eu sou uma cantora treinada, certo? Então até minha respiração era diferente enquanto eu cantava como Lee. Quando eu respiro para cantar no palco, eu tenho essa forma controlada de garantir que estou no tom e que estou sustentando e no ritmo certo e no tempo certo, mas Lee não teria como saber de nada disso. Então é como se eu removesse a técnica de tudo isso, remover minha forma de arte de tudo e estar completamente dentro de quem ela é'.
De fato, a forma como os personagens cantam no filme desafia a percepção do mesmo ser um musical. Não há danças nas ruas. Não há coreografias em grupo. Só Arthur e Lee cantam e não num piscar de olhos. 'É um filme que a música é o elemente essencial', diz Phillips. 'Não é como se nós estivéssemos fazendo um musical como 'Chicago', que eu amo, mas como se ele fosse estranho de certa forma, foi feito para parecer vivo de uma forma diferente. Então essa foi a parte divertida dele: Como você faz parecer espontâneo e não muito planejado? Podemos deixar isso só acontecer?' Quando a ideia das canções no filme veio pela primeira vez, cantar elas ao vivo no set não era o que Phoenix estava esperando. 'Eu não sou cantor, eu nem canto em casa por diversão', ele diz. 'Eu pensei, bem, não vou performar ao vivo, é ridículo'. Mas ele logo percebeu que precisaria ser orgânico. 'Nós não queríamos que nada fosse refinado', diz ele. Houve algum nervosismo. Sua primeira perfomance não ganhou uma resposta encorajadora de Gaga. 'Eu me lembro que ela cuspiu o café na primeira vez que eu cantei, então eu me senti bem, era emocionante e me fez sentir confiante', ele fica inexpressivo, 'Ela não fez isso mas eu entendi o que ele quis dizer', riu Phillips.
Na verdade, disse Phoenix, 'Gaga era sempre de começar a cantar sem nenhuma razão, eu não havia feito nada parecido antes'. Phoenix mergulhou tão profundamente quanto. Como ele precisava cantar como Arthur, 'era importante aquilo com um fraseado ruim e notas foras do tom ocasionalmente', diz ele. 'Arthur cresceu ouvindo sua mãe tocar essas músicas no rádio. Ele não é cantor e encorajador de apenas: 'Vá com o que você sente, está tudo bem'. Para alguém que não é performer dessa forma, pode ser não confortável de fazer algo assim, mas ao mesmo tempo bem emocionante'.
'Vá com o que você sente, está tudo bem'. Para alguém que não é um performer dessa maneira, pode ser... desconfortável fazer isso, mas também muito emocionante'.
Seus vocais, no entanto, vieram do mesmo lugar que os de Gaga, a velocidade e a entonação enraizadas no personagem. 'Semelhante à maneira como atuo, em que as tomadas variam, as versões das músicas também variavam, às vezes de forma bastante drástica', diz ele. 'Isso mantinha tudo vivo, fresco, interessante e empolgante para mim, porque me entedio muito facilmente. Eu nunca sabia qual versão iria fazer. Acho que esse era o espírito deste filme'.
Apesar de sua abordagem mais terrena e de se desviar dos filmes típicos da DC, 'Delírio a Dois' capitaliza seu material de origem. O fato de que o promotor que está processando Arthur é Harvey Dent foi, diz Phillips, 'uma ótima maneira de introduzir que ainda estamos em Gotham'. Isso também está na estética. As cenas que mostram Arthur no tribunal, com a maquiagem completa do Coringa, exibem uma absurdidade e perversidade que poderiam sair diretamente das páginas dos quadrinhos. As várias referências ao universo de Gotham, diz Phillips, são por 'respeito aos quadrinhos'.
Ainda assim, uma sequência de um dos filmes de maior sucesso recente, ambientada em grande parte em um hospital e em um tribunal, com várias cenas de música e dança... isso não é o que alguém esperaria. Então, assim como antes, Phillips sente que está correndo um risco. 'Totalmente parece isso novamente. Esta não é uma sequência garantida', ele diz, referindo-se ao arremesso no basquete considerado o mais seguro para pontuar. 'E isso é realmente empolgante para nós'.
Na determinação de fazer com que parecesse perigoso, Phoenix diz que ele e Phillips queriam se desafiar. 'Todd está muito confortável em fazer isso, em qualquer nível. Ele está disposto a correr esses riscos, a tentar coisas novas. Ele absolutamente vai experimentar'. E todos se esforçaram. Gaga achou a experiência uma imersão mais pessoal do que esperava. 'Fiquei muito surpresa com o quanto de mim mesma, de uma maneira única, apareceu na personagem Lee', ela diz. 'Coisas privadas que as pessoas não sabem sobre mim, que quando assisto ao filme penso, 'Oh, isso é interessante. Isso entrou no filme'. Partes privadas de você que estão escondidas, que talvez ninguém saiba sobre você, mas que podem se revelar em uma situação realmente frágil'.
Phillips queria que essa tensão fosse sentida em todos os aspectos. 'Sempre disse, desde o início, que o filme deveria parecer feito por pessoas loucas. Como se os internos estivessem comandando o asilo. Realmente parece um grande salto. Você apenas pensa, 'Bem, que se dane. Por que não? O que estamos fazendo aqui, se não for para fazer isso?''
Voilà. CORINGA: DELÍRIO A DOIS' ESTREIA NOS CINEMAS EM 3 DE OUTUBRO.
SAINDO 'Coringa' deu a algumas escadas comuns de Nova Iorque um grande destaque. Detalhamos o que aconteceu...
PASSO UM As escadas da West 167th Street - todas as 132 delas - conectam as avenidas Shakespeare e Anderson no Bronx, Nova Iorque. Antes de 'Coringa', elas não eram um destino desejado. 'Quando eu estava crescendo, todos nos diziam para ficar longe dessas escadas ou ir com um amigo', disse a congressista Alexandria Ocasio-Cortez ao TMZ após o lançamento do filme. Esse conselho logo se tornaria redundante.
PASSO DOIS O morador local Frank Rivera disse ao The New York Times que em 2018, alguém dirigiu um carro de cima a baixo. 'Achei que isso ia tornar as escadas famosas', ele disse, 'mas ninguém falou nada sobre isso'.
PASSO TRÊS 'Coringa' mudaria isso. O diretor Todd Phillips queria algumas escadas sombrias para o filme; o localizador de locações Aaron Hurvitz as encontrou; Joaquin Phoenix dançou nelas.
PASSO QUATRO Após o lançamento do filme, as escadas rapidamente se tornaram uma atração turística local, agora listadas oficialmente no Google Maps como 'Joker Stairs'. Atualmente, é raro não ver pessoas dançando nelas para criar conteúdo para as redes sociais.
PASSO CINCO Muitos moradores não estão muito felizes com o influxo de 'selfie-stars'. 'Minha pobreza não é seu cenário para fotos,', alguém grafitou nas paredes algumas semanas após o lançamento do filme.
PASSO SEIS Com as escadas programadas para aparecer novamente em 'Coringa: Delírio a Dois', porém, cosplayers com rostos pintados são improváveis de ficar longe. Como tuitou o presidente do Bronx Borough, Ruben Diaz Jr, se você visitar, faça isso com respeito, 'gaste alguns dólares no Bronx'. Vamos lá, pessoal. Mostrem respeito.
Assista ao novo trailer de "Coringa: Delírio a Dois" dublado:
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Tradução por Cleverton da Paz, Carol Tavares e Fefe Baron