Após seu lançamento na madrugada da última segunda-feira (03), "Abracadabra", novo single para o sétimo álbum de estúdio de Lady Gaga já é um grande sucesso.
A música vem realizando um ótimo desempenho nas plataformas de streaming, além de conquistar a todos com os visuais e história impecável apresentada no videoclipe, reforçando ainda mais a recepção positiva do público.
E para divulgar o terceiro single e o lançamento do álbum "MAYHEM", marcadado para o dia 07 de março, a revista ELLE publicou a sequência da série de entrevistas realizadas com Lady Gaga, abordando o lançamento e os significados por trás de seu novo single.
Confira a tradução completa:
Lady Gaga conta tudo o que você quer saber sobre ‘Abracadabra’ após a espetacular revelação no Grammy
Lady Gaga lançou seu novo single e clipe, ‘Abracadabra’, para o mundo. Ela se sentou com Lotte Jeffs para revelar todos os detalhes sobre os figurinos, a coreografia e suas influências.
Na semana passada, como parte de uma espetacular capa para a ELLE UK, Lady Gaga revelou tudo sobre sua vida, seu amor Michael Polansky e, o mais importante, seu novo álbum, Mayhem. Então, na noite passada, durante o Grammy, Gaga fez os monsters enlouquecerem novamente ao estrear seu novo single Abracadabra, acompanhado de um videoclipe incrivelmente elaborado.
Com a música causando tanto impacto, Lotte Jeffs sentou-se com Lady Gaga para uma entrevista exclusiva, perguntando tudo sobre Abracadabra, desde as inspirações até os figurinos e a coreografia do vídeo.
ELLE: Parabéns pela estreia do seu novo single Abracadabra! Conte-nos tudo sobre essa música e seu videoclipe espetacular!
GAGA: Bem, a música fala sobre enfrentar os desafios da vida e da noite, e encontrar a magia em tudo isso.
ELLE: O que você quer dizer com "desafio da noite"?
GAGA: Quando você precisa encarar o mundo, as pessoas ao seu redor, sua vida, suas circunstâncias únicas, sua essência única no mundo. E quando se sente desafiado a realmente mostrar a todos quem você é.
ELLE: E quem é a dama de vermelho?
GAGA: A dama de vermelho é tudo aquilo que coloca você à prova. Seu monólogo interno. "Você consegue? Você consegue? Você vai fazer isso? Você é bom o suficiente? Você aguenta?" De muitas formas, a música fala sobre lidar com esse desafio interno, e o mundo ao nosso redor frequentemente reflete isso de volta para nós. Eu queria explorar a questão: "Como é prosperar e não apenas sobreviver o tempo todo?"
ELLE: No final do vídeo, ela é derrotada? Você sai vitoriosa sobre todas essas dúvidas internas?
GAGA: Para mim, neste vídeo, ela inicia o desafio. E esse meu lado mais puro, que está encarando todas as vozes negativas, todas as dúvidas e enfrentando esse outro lado de mim, ele prevalece completamente. E ele diz: "Eu estou pronta para o desafio." É interessante porque pensamos em várias formas diferentes de terminar o vídeo, e no fim, eu queria que essa música falasse sobre resiliência, de um jeito que Disease não falou. Aquela música era sobre tortura interna e estar preso.
"A pista de dança sempre foi o lugar onde eu tento me aprimorar como ser humano."
E com essa música, eu queria explorar o que significa persistir. Explorar a metáfora da perseverança na pista de dança, porque a pista de dança é – para mim, pelo menos – sempre foi o lugar onde eu tento me tornar uma pessoa melhor. Como posso trabalhar mais? Ter mais paixão? Como posso entregar mais do meu eu autêntico? Como posso conquistar meu espaço como performer?
ELLE: Nós amamos a parte em que a música para e os dançarinos quase te atacam com as mesmas letras que você estava cantando…
GAGA: A música tem um feitiço dentro dela. E eu imagino que nosso monólogo interno negativo, ou quando as pessoas são duras com você, quando o mundo é cruel com você, isso funciona como um feitiço. Você pode ser seduzido por ele e começar a acreditar nisso.
ELLE: Então ela – ou você – está quebrando esse feitiço no vídeo?
GAGA: No vídeo, eu estou lutando contra isso com tudo o que tenho. Estou dançando contra isso, cantando contra isso. Estou me entregando contra isso.
Além disso, esse vídeo é sobre comunidade. Trabalhamos com cerca de 50 dançarinos. E essa é a coisa que eu mais amo nele. Há essa batalha de dança entre meus lados da luz e da escuridão. Eu não posso iniciar ou aceitar o desafio sem minha comunidade, e essa comunidade é forte. O processo de aprender a coreografia, estar com os dançarinos, trabalhar com Parris Goebel, foi uma experiência linda. Éramos uma família, tentando encontrar algo realmente honesto juntos.
É surreal para mim assistir ao vídeo agora, tantas semanas depois de começarmos o ano, porque algo que criamos meses atrás sobre resiliência está saindo agora – justamente quando mais precisamos disso.
ELLE: Conte-nos mais sobre a gênese dessa coreografia incrível.
GAGA: Parris e eu trabalhamos muito próximas, ela é simplesmente um gênio absoluto. Fizemos o vídeo de Disease juntas e depois tivemos uma conversa sobre continuar essa ideia de diálogo interno. Isso faz parte de Mayhem – esses lados conflitantes de nós mesmos que não fazem sentido, mas continuam discutindo.
Como expressar isso através da dança? No fim, decidimos que o vídeo deveria representar Mayhem, a personagem, a dama de vermelho – é o clube dela, a noite dela, e ela está dizendo: "Ok, todos que estão aqui conosco, já fizemos isso antes. E, esta noite, vocês só têm duas opções: ou dançam, ou acabou. E eu estou fora."
Queríamos que o vídeo fosse sobre estar pronto para o desafio. Então, Parris trabalhou por semanas na coreografia. Íamos e voltávamos o tempo todo com ideias, até que entrei no estúdio para aprender tudo. Foi um momento incrível. O que eu amo é que os movimentos também expressam muito do que estou tentando dizer. Quando você ouve Abracadabra pela primeira vez, pode pensar: "Do que isso se trata? É divertido de ouvir, mas qual é o significado?" E, para mim, ao ver o vídeo, tudo deve ficar mais claro: significa que temos que continuar seguindo em frente.
"Minha capa branca principal no vídeo foi reaproveitada a partir de vestidos de noiva antigos."
ELLE: Precisamos falar sobre os figurinos!
GAGA: Trabalhei com Peri Rosenzweig e Nick Royal – uma dupla maravilhosa – nos meus figurinos principais. Também colaboramos com jovens designers incríveis, além de veteranos da moda. Os figurinos dos dançarinos foram feitos em parceria com Hunter Clem e Genesis Webb. Algumas peças foram criadas por Olivier Theyskens e Sam Lewis. Os chapéus foram assinados por Stephen Jones e Maximilian Gedra. Os sapatos? Chrome Hearts. As joias são da Dosisg6c. E os looks foram confeccionados por Seth Pratt, Suman Gurung, Renee Masoomian, Iggy Soliven, Anastasia Vikhoreva e Galedi.
Algo que era muito importante para mim, em um vídeo dessa magnitude, era sermos ambientalmente conscientes – evitar produzir em excesso e criar coisas novas desnecessariamente.
Na verdade, minha capa branca principal foi reaproveitada a partir de vestidos de noiva antigos. Também usamos deadstock fabric para as roupas dos dançarinos – tecidos que ficam armazenados por anos em depósitos. Além disso, reutilizamos peças do meu próprio arquivo, reinterpretando figurinos antigos. Algumas peças foram criadas do zero, mas queríamos que tudo fosse feito com amor, pensado de forma consciente, com um coração caloroso e um senso de comunidade.
ELLE: Como você se sente agora sobre o vídeo finalizado?
GAGA: Sempre sinto um certo orgulho pelo meu trabalho, mas com esse vídeo eu me sinto completamente alinhada com tudo o que ele se tornou.
ELLE: E sobre o álbum – como você está se sentindo com Mayhem chegando ao mundo?
GAGA: Antes de tudo, é um privilégio e uma honra poder lançar músicas que tantas pessoas estão ansiosas para ouvir. Sinto-me realmente honrada por ser cantora, compositora e produtora de um álbum que pode, se você quiser, ser a trilha sonora de um momento ou fase da sua vida.
O álbum se chama Mayhem para imortalizar uma parte de mim e um pedaço da vida que nem sempre é fácil de aceitar.
Foi difícil, no início, dar esse nome ao álbum, porque eu realmente não queria que esse sentimento fosse real. Também sou uma pessoa esperançosa, uma sonhadora, mas acho que, no fim, cheguei à conclusão de que: são todas as fraturas de quem somos, as rachaduras do mundo e o caos dessa fragmentação que, no fim das contas, nos ensinam sobre o poder da alegria. Dançar, chorar, rir, ouvir música, abraçar seus amigos e sua família e repetir! Esse álbum é divertido, e eu adorei o contraste de um disco divertido chamado Mayhem.
"Meus fãs sempre me lembraram que podemos cuidar uns dos outros."
Acho que as pessoas precisam umas das outras, e meus fãs sempre me lembraram que podemos cuidar uns dos outros. Esse álbum é, de verdade, tudo o que eu tinha para dar a eles. E espero que eles saibam que é um privilégio para mim fazer música para eles. Obrigada por receberem LG7. Ele está a caminho, e é o que eu tenho a oferecer ao mundo agora.
ELLE: Você pode compartilhar algumas das suas inspirações musicais para Mayhem?
GAGA: Há inspirações industriais em muitos dos sons. Há um momento transitório no álbum enraizado na música dos anos 90, uma espécie de grunge eletrônico desafiador. Aquela era da música que foi uma resposta ao que veio antes dela. Também tem influências do rock teatral de David Bowie, Prince, Radiohead. Fui inspirada por tanta música que já criou raízes nas minhas veias.
Na verdade, quando não estou trabalhando, escuto muita música instrumental, porque isso me relaxa profundamente. Limpa minha mente e me dá uma paleta diferente para me preparar para o que quero dizer. Às vezes, quando faço álbuns, mergulho completamente em um estilo musical e escuto tudo dentro daquele gênero. Outras vezes, é mais um liquidificador de todas as minhas influências e referências.
Do ponto de vista da produção e sonoridade, o álbum reflete essa ideia de Mayhem: pegar elementos que parecem não fazer sentido juntos e transformá-los em algo coeso. Sei que pode ser difícil de definir, mas tudo se encaixa porque sou eu.
ELLE: Como foi o processo de criação deste álbum? Você falou muito sobre diversão e alegria. Isso esteve presente na produção tanto quanto no resultado final?
GAGA: Foi lindo. Foi divertido. Foi sério. Eu fico muito séria quando trabalho. Algumas músicas são raivosas. Há momentos de humor e confiança. Também fala sobre o caos de ser mulher – sentir tudo intensamente e passar por tudo.
Mas a alegria também está no simples fato de que posso fazer música para viver.
E, no fim, todas as coisas que passei, os pensamentos do tipo "como vou fazer esse beat industrial meio anos 2000 funcionar com esse som de grunge eletrônico? Como vou unir esse funk à la Bowie com o synth pop dos anos 80?"… Eu fico fazendo toda essa ginástica. Mas a alegria está no fato de que eu consegui fazer sentido disso para mim.
Quero que as pessoas sintam isso para elas mesmas. Talvez esse álbum não seja o disco que vai trazer esse sentimento para elas, porque não foi elas que o fizeram. Mas espero que vejam Mayhem como uma expressão do que é possível.
ELLE: Você se sente particularmente vulnerável por este álbum ser tão verdadeiro para você?
GAGA: Estou tentando não chorar falando com você, porque sempre que falo sobre minha música, sinto vontade de chorar. Sou definitivamente uma pessoa extremamente sensível. A música toca algo muito profundo dentro de mim. E acho que, para algumas pessoas, minha música também pode fazer isso por elas. A música nos desperta de uma nova maneira.
Minha coisa favorita sobre a música é que um ambiente pode estar de um jeito e, então, você coloca um disco para tocar e, como mágica, o clima muda.
Então, sim, definitivamente acho que este álbum é muito vulnerável. Não estou tentando interpretar um personagem, como fiz em Chromatica, Joanne, ARTPOP—havia personagens em todos eles. Em Mayhem, eles ainda estão lá, mas sou eu a compositora, e é real.
No geral, diria que tenho uma relação especial com cada música do álbum. Cada uma tem seu lugar no disco. É realmente um arco narrativo que começa com algo muito inquietante e termina com a esperança que encontrei ao lado do meu parceiro durante o processo. E agora, posso continuar vivendo nesse caos com alguém ao meu lado. Estamos nisso juntos.
ELLE: Por fim, os fãs adorariam saber sobre shows ao vivo e o que você pode ter planejado para as performances…
GAGA: Ainda não posso revelar, porque estamos trabalhando em várias coisas. Mas estou tão animada para o Coachella! Quero que as pessoas sorriam, riam, dancem e se divirtam ao máximo. E digo isso do fundo do coração.
Se puderem levar algo desta entrevista, eu diria que, na minha vida—na minha família, que inclui meu parceiro, Michael [Polansky, 41], nossos cachorros, meus amigos—isso é minha prioridade. E bem ao lado de todas essas coisas, está o desejo de fazer as pessoas sorrirem.
Quero que todos sorriam através do caos.
Confira a entrevista completa de Lady Gaga para a ELLE UK, na qual a cantora falou sobre "MAYHEM", seu novo álbum, a vida com Michael Polansky, casamento, família e carreira.
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Assista ao videoclipe de "Abracadabra".
Ouça os últimos trabalhos de Lady Gaga para o álbum "Mayhem":