Em matéria publicada nest sexta-feira (14), a InStyle revelou uma nova entrevista com Lady Gaga, na qual a cantora discutiu seu aguardado sétimo álbum de estúdio, "MAYHEM", com lançamento para o dia 7 de março.

Segundo a cantora, "o álbum é como um espelho quebrado. Você olha para ele e vê diferentes versões de si mesmo." Durante a conversa, a cantora ainda citou trechos de duas novas músicas, "The Beast" e "Perfect Celebrity", esta segunda sendo confirmada como o trecho que Gaga tocou no ano passado para os fãs na porta de um hotel em Paris.

Para celebrar o lançamento, nossa Mother Monster anunciou o evento "Spotify Presents: Little Monster Press Conference", onde seus principais ouvintes na plataforma terão a oportunidade de fazer perguntas diretamente a ela. O evento será transmitido ao vivo nas redes sociais do Spotify em 6 de março, um dia antes da estreia oficial do álbum.

Confira a tradução completa da entrevista:

Lady Gaga sobre MAYHEM, novas letras e um presente especial do Spotify para os Little Monsters

A cantora revela duas novas músicas ("Beast" e "Perfect Celebrity") de seu sétimo álbum de estúdio—além de detalhes sobre o Spotify Presents: Little Monster Press Conference.

A categoria é: dance ou morra. Desde que Lady Gaga pronunciou essas palavras no início de seu agora viral videoclipe "Abracadabra", Mother Monster tem estado imparável—testando seus limites na escala Scoville no Hot Ones (usando Thom Browne, nada menos) e insinuando uma nova colaboração com Beyoncé 16 anos após "Telephone". Em novembro, "Die With a Smile" (feat. Bruno Mars) se tornou a música mais rápida a atingir 1 bilhão de streams no Spotify e, só nesta semana, Gaga se tornou a artista feminina com mais ouvintes mensais na história do serviço de música.

Se preparando para o lançamento de seu sétimo álbum de estúdio, MAYHEM, no dia 7 de março, a estrela pop tem aparecido com tudo—vestindo looks avant-garde no Grammy, se declarando publicamente para seu noivo Michael Polansky e mantendo a agenda lotada—ônibus, boate, outra boate. Gaga também está confirmada como apresentadora e atração musical no Saturday Night Live no dia 8 de março.

E o que vem a seguir? Uma surpresa para os fãs. Gaga fez uma parceria com o Spotify para realizar um evento inédito chamado Spotify Presents: Little Monster Press Conference. O evento privado convidará os principais ouvintes de Gaga no Spotify em Nova York para perguntar tudo o que quiserem pessoalmente, antes de ouvirem MAYHEM na íntegra. A coletiva de imprensa será transmitida simultaneamente no dia 6 de março, às 20h (BRT), nos perfis oficiais do Spotify no Instagram, TikTok e YouTube. Os fãs também poderão acessar o Little Monster Press Conference Hub no Spotify para enviar suas perguntas ou deixar comentários nas redes sociais do Spotify, de Gaga e da InStyle.

Em uma entrevista exclusiva liderada e moderada pela InStyle, Gaga conversa com Sulinna Ong, chefe global de editorial do Spotify, para falar sobre o Spotify Presents: Little Monster Press Conference.

Por que fazer uma parceria com o Spotify para sediar uma coletiva de imprensa com seus Little Monsters?

Desde o começo da minha carreira, a coisa mais importante para mim sempre foi a comunidade. Foi essa comunidade de músicos, artistas, fotógrafos e promotores de clubes—todos os meus amigos com quem morei no Lower East Side—que me levaram a ser a artista que sou hoje. O motivo pelo qual eu quis fazer isso com o Spotify foi para celebrar a comunidade que tenho com meus fãs agora, quem somos hoje, e dar a eles a oportunidade de me fazer todas as perguntas que eles acumularam nos últimos quase 20 anos. Eu adoro dar entrevistas, mas acho que haverá algo único, raro e especial no fato dessas perguntas virem dos fãs.

Como essa jornada e o seu relacionamento com os fãs mudaram ao longo do tempo? Se é que mudaram?

Acho que mudou muito, e várias vezes. Passamos juntos por muitas mudanças sociais e políticas. Nos conhecemos melhor, até mesmo nos bastidores dos shows. Sempre fui alguém que escolhia superfãs da plateia para convidar para o camarim depois do show. Eu tocava demos para eles anos antes de lançar músicas oficialmente. Foram suas histórias—suas vidas, como cresceram, o que enfrentavam—que me inspiraram na minha música. Por todas essas razões, com o mundo mudando e nós mudando, essa relação se tornou uma conversa de duas décadas.

Lançar álbuns é uma oportunidade de me reconectar com os fãs, porque estou oferecendo a eles um presente. Fiz isso para eles, então estou curiosa para ver onde estaremos agora. E acho que alguns deles sentiram falta—de mim, por um tempo—de algo mais na essência do meu estilo de pop, como um álbum de dark pop. Não sei exatamente onde estamos agora, mas sei que vou descobrir quando estivermos juntos nessa coletiva.

Eu penso na era The Monster Ball—aquela energia bruta, a liberdade. MAYHEM é maravilhoso, mas diferente. Ele tem um sabor próprio, mas também uma conexão com aqueles dias. Como foi sua experiência construindo o mundo de MAYHEM em comparação com seus outros projetos? E houve algo que te surpreendeu no processo de criação deste álbum?

Criar MAYHEM foi uma experiência muito bonita. Trabalhei com Andrew Watt, Cirkut, Gesaffelstein e com todas as minhas memórias musicais de todos os anos em que fui apaixonada por música. Este álbum foi mais um retorno a um processo anterior—adoro a mistura de instrumentação ao vivo e programação. Fizemos muito disso. E é realmente divertido, especialmente quando você começa a experimentar diferentes formas de tocar com instrumentos analógicos. Você pode criar sons realmente interessantes, únicos e inéditos. Foi incrível.

Em alguns dos meus trabalhos anteriores—desde Born This Way até agora—eu acabava seduzida pela ideia de fazer um álbum homogêneo, temático, onde eu descobria um som que amava em uma música e decidia: "Ok, isso agora vai fazer parte de tudo." Mas em MAYHEM, fiz o oposto. Em vez disso, me permiti a liberdade de ser caótica com os gêneros e com as escolhas, como uma forma de celebrar o tipo de musicista que sou. E, como mulher na música, acho que sempre tentei responder à pergunta das pessoas: "Por que você é do jeito que é?" Sempre foi difícil responder a isso. Então, essa é a minha resposta: MAYHEM é a minha resposta, esse é o meu caos pessoal.

Você comparou o processo criativo deste álbum a "um espelho quebrado e, mesmo que você não consiga juntar os pedaços perfeitamente, pode criar algo belo e completo à sua maneira." Isso realmente ressoou comigo—beleza e caos como tema, algo muito presente aqui. Pode nos contar mais sobre isso? Quais são os cacos?

Sempre fiz música a partir de um lugar quebrado. E, embora eu me sinta muito saudável e feliz agora, de alguma forma, quando estou criando, há algo meio existencialmente em guerra dentro de mim. Acho que uma das coisas com as quais lidei ao fazer MAYHEM foi o sentimento complicado de ter criado uma persona de palco quando era adolescente, minha relação com esse processo e como retomá-lo como musicista—provando para mim mesma, mais do que para qualquer outra pessoa, que sou a maestra de toda essa fragmentação.

Então, para mim, os cacos quebrados são uma linha de baixo que talvez não faça sentido com uma linha de guitarra. E talvez esse som de sintetizador funcionasse melhor em um álbum de synth pop dos anos 80, mas vamos colocá-lo nesta música mesmo assim. Talvez essa música vá soar funky mesmo que não pareça que deveria. É permitir-me dar sentido a coisas que fazem sentido para mim, mas que, se eu estivesse em uma entrevista ou em uma sala cheia de gente, talvez não soubesse como explicar. E é assim que me sinto como pessoa. Sempre me senti assim. Sempre me identifiquei com grupos de pessoas que se sentem diferentes. Então esses cacos são—é a fragmentação da música, são todos os pedaços que a tornam inteira. E é também toda a emoção, toda a emoção crua e as histórias. Eu digo às pessoas que MAYHEM é um monte de sonhos góticos.

Eu amo essa descrição.

São como todos esses sonhos de coisas. Alguns são reais, outros não, mas de alguma forma estão ligados à vida. Há uma música no álbum chamada "The Beast", e sou eu cantando para um lobisomem. A letra diz: "You can't hide who you are, 11:59, your heart's racin', you're growling, and we both know why." E de alguma forma, esse sonho gótico não é apenas sobre eu estar em um relacionamento com essa pessoa prestes a se transformar, mas e se eu cantasse isso para mim mesma e a besta fosse a Gaga? São todos esses sonhos distorcidos.

Cada um dos seus projetos tem uma identidade visual única, abrangendo tudo, desde os vídeos até os figurinos e a arte do álbum—tudo sempre muito bem pensado. Como você desenvolve isso? Quais são algumas das suas principais inspirações nas escolhas de cores e design no mundo de MAYHEM?

Do ponto de vista das cores, eu estava realmente animada para explorar coisas que fossem ousadas, mas que também pudessem causar um pouco de ansiedade, porque há uma ansiedade que sinto quando faço música. Há momentos de tranquilidade. Mas quando estou compondo uma música, na verdade me sinto muito ansiosa até colocá-la para fora, porque estou ouvindo e vendo a música, mas preciso tirá-la de dentro de mim. E esse é um processo ansioso.

Os múltiplos "eus" nos vídeos de "Disease" e "Abracadabra" foram um elemento central disso, porque passei as últimas décadas sendo várias versões diferentes de mim mesma. Há essa dualidade, e eu realmente exploro essa dualidade em uma música do álbum chamada "Perfect Celebrity". A letra diz: "I've become a notorious being, find my clone, she's asleep on the ceiling." Essa ideia de que todos nós, de certa forma, temos nosso "eu real" e depois uma versão clonada que projetamos para o mundo. Então há muito em MAYHEM sobre múltiplos "vocês" ou múltiplos "mim" e o que é ter essas coisas constantemente em conflito. Os visuais deste álbum têm algo de ansioso no cerne deles, mas tentei torná-los bonitos também. A intenção é que sejam poéticos, mesmo que sombrios.

Sempre há beleza na escuridão. No vídeo de Abracadabra, há um grito aos 3:55. Gostaria muito de saber mais sobre ele.

Naquele momento do vídeo, é como se eu não conseguisse mais continuar dançando. E como a categoria da noite era "dance or die", significa que o futuro logo será sombrio para mim, porque não sei se consigo seguir adiante. Há um momento de medo. É interessante: esse não é o único grito no álbum, e na verdade, ele nem está nessa faixa. Há outro grito em MAYHEM que não está nessa música, e acho fascinante termos colocado esse no vídeo. Mas Abracadabra é, no fim das contas, sobre resiliência. É mais um sonho gótico sobre essa mulher de vermelho te observando na boate e dizendo: "Você pode ter a melhor noite da sua vida ou a morte. Você tem isso dentro de você? Você fará o que for preciso para sobreviver?" Naquele momento, o grito é como um: "Eu não sei se tenho o que é preciso para continuar." E isso também é MAYHEM. Não é uma linha reta. Resiliência não é uma linha reta. Medo não é uma linha reta. Alegria não é uma linha reta. Eu não sei o que significa ter a vida em ordem. Só acho que todos estamos fazendo o melhor que podemos.

Você mencionou que a categoria é "dance or die" e, obviamente, se inspirou na cultura ballroom. Pode nos contar sobre sua relação com ballroom e como isso mudou ao longo dos anos? Como é estar de volta e incorporar isso ao seu trabalho?

Cresci em Nova York e também fui uma aluna de Paris Is Burning quando era muito, muito jovem. Sempre fui inspirada pela imensa graça, liberdade, expressão e alegria da cultura ballroom. Tive a sorte de estar próxima de dançarinos que faziam parte dessa vida. Fazer parte da comunidade da dança é um privilégio. Existem esses espaços no mundo onde a comunidade pode se expressar e experimentar alegria, mesmo quando a vida não está sendo gentil com eles. Ainda hoje, isso continua sendo uma grande inspiração para mim e, nesse vídeo, pareceu algo relevante a ser trazido porque trata-se de resiliência. Não consigo pensar em um lugar onde vi mais resiliência do que em um ballroom.

E, por fim, alguma mensagem para os Little Monsters antes da coletiva de imprensa?

Sintam-se à vontade para me perguntar o que quiserem! Estamos nessa conversa pública há muito tempo e estou tão animada para falar com vocês. Estou empolgada para tocar essa música para vocês e quero agradecer por me apoiarem como mulher na música e por me elevarem como artista. Isso realmente significa muito para mim, e espero que essa coletiva de imprensa seja algo para ficar na história—um momento em que nos reunimos e fizemos algo especial. Não só uns pelos outros, mas pelo que isso pode representar para outras pessoas também.

Fonte

Ouça os últimos trabalhos de Lady Gaga para o álbum "MAYHEM":