Após exibição de ”Nasce Uma Estrela” no Festival Internacional de Cinema de Toronto (TIFF), o site de entretenimento Collider publicou hoje (07) sua review do filme protagonizado por Lady Gaga, atribuindo nota B+ a ele.

Matt Goldberg, autor da crítica, enalteceu a estreia de Bradley Cooper como diretor, além de destacar as músicas da trilha sonora, a atuação dos atores coadjuvantes e o "desempenho fenomenal" de Lady Gaga como Ally.

Leia abaixo o que foi dito pelo site:

A crítica contém possíveis spoilers do filme.

"A Star is Born" Review: estreia de Bradley Cooper como diretor acontece brilhantemente.

Durante o fim de semana passado, fiz questão de me familiarizar com os outros remakes de A Star Is Born, com o de 1937, com o de 1954, estrelado por Judy Garland e James Mason, e a versão de 1976, estrelada por Barbra Streisand e Kris Kristofferson. Com sua estreia na direção, o co-escritor / ator / co-produtor / co-compositor / diretor Bradley Cooper superou esses esforços, aproveitando suas melhores características e reajustando-as para 2018. Embora as batidas sejam familiares para qualquer um que já tenha visto uma versão anterior de A Star Is Born, Cooper consegue fazer a história por conta própria, criando uma dupla de personagens que repousam em seu personagem trágico e uma performance impressionante da co-estrela Lady Gaga. Mesmo quando o filme ocasionalmente dispara ou torna-se um pouco familiar demais, Cooper e Gaga sempre conseguem trazê-lo de volta a uma nota eletrizante.

Jackson Maine (Cooper) é uma estrela do rock em declínio. Ele ainda pode tocar bem e fazer um show, mas o alcoolismo, as pílulas e o crescente zumbido negativo estão cobrando o seu preço. Uma noite depois de um show e precisando de uma bebida, ele entra em um bar onde ele vê Ally (Gaga) - que é tão boa cantando que as drag queens a deixam subir ao palco mesmo que ela seja uma mulher - se apresentando. Ele é imediatamente hipnotizado por ela e quer incentivar seu talento como cantora e compositora. À medida que o relacionamento dos dois se aprofunda, a estrela de Ally começa a se elevar enquanto a de Jackson vai desaparecendo, trazendo novas complicações ao romance.

Esta versão de A Star is Born possui uma infinidade de vantagens sobre seus antecessores, fazendo muitas mudanças inteligentes ao longo do caminho. Por exemplo, nos outros remakes, o personagem principal já está em declínio, e o público nunca percebe seu talento. Aqui, ele ainda está no jogo, e isto nos permite sentir a tragédia do que está sendo perdido para o alcoolismo e a depressão do personagem. Outras mudanças são menos surpreendentes, como tornar Ally (que passa por Esther / Vicki em versões anteriores) mais independente e combativa. É uma mudança esperada, porém mais difícil devido às complicações inerentes da história, como fazer de Ally sua própria esposa e ainda ter um sucesso parcial devido à benevolência de Maine.

Cooper e os co-escritores Eric Roth e Will Fetters aproveitam sabiamente o processo do trabalho como uma maneira de fazer o sucesso de Ally maior do que ela apenas ter a sorte de conhecer Jackson, e mostrando os dois como colaboradores, sua relação tem profundidade e textura (não faz mal que Cooper e Gaga tenham uma química maravilhosa juntos). Você pode ver que eles são apaixonados pelo trabalho e que, embora a fama possa ser um obstáculo, o amor por fazer música juntos e criar arte, mesmo que seja algo para uma estação do Top 40, é uma verdadeira paixão. A indústria da música é um mal necessário, mas Jackson e Ally continuam tentando fazer o melhor possível.

Como a versão de 1954 (e não tanto como na versão de 1976), A Star Is Born de 2018 se preocupa profundamente com dois caminhos, o de ceder à tentação de seguir para o estrelato e o outro que leva para o desespero. O primeiro ato poderia ser um glorioso curta-metragem por si só, com o quanto Cooper é capaz de sair dessa relação e para onde esses dois personagens estão indo. A confiança em sua direção é surpreendente, especialmente no modo como ele não tenta roubar o filme ao interpretar Jackson ou simplesmente se esconder e entregar o destaque a Ally. O filme realmente trata com duas histórias entrelaçadas, e Cooper as faz trabalhar juntas sem problemas.

No entanto, o crédito deve ser dado a Gaga por seu desempenho fenomenal. Não é fácil seguir os passos de luminares como Judy Garland e Barbra Streisand, e no entanto Ally se sente como se fosse seu próprio personagem desde o início. Ela não é um pedaço de argila para Jackson moldar, e suas inseguranças parecem que estão vindo de algum lugar real, em vez de algo artificial, para que Jackson possa encontrar um diamante bruto. Gaga, uma super estrela pop, não é uma estranha para a jornada de Ally, mas não se parece com uma coisa autobiográfica ou correndo para uma coisa que é pessoalmente familiar. Ela é às vezes forte, determinada, vulnerável, corajosa e humilde, e é uma alegria vê-la interpretar esse personagem e executar as músicas maravilhosas.

Alguns podem achar que A Star Is Born é um derivado, o que não é necessariamente injusto. Afinal, é o terceiro remake de um filme que saiu pela primeira vez em 1937. E, no entanto, recusar isto seria perder todos os pequenos toques que Cooper traz para seu filme. Ele tem músicas melhores. Ele tem um roteiro mais firme. Ele sabe como atender os dois personagens principais. Ele até tem um conjunto fantástico com algumas performances de apoio realmente tocantes de Sam Elliott, Dave Chappelle e Andrew Dice Clay. Mas o coração pulsante é o romance entre Jackson e Ally que parece estar usando a música como algo real e não apenas uma arena de entretenimento onde os personagens residem. Mesmo quando o filme começa a serpentear um pouco em seu terceiro ato, ou quando você tem uma cena estranha como Jackson explicando por que sua voz soa como Sam Elliott, o filme sempre retorna à sua linda melodia, e é uma que você vai cantarolar bastante após os créditos.

Nota: B+

A estreia de "Nasce Uma Estrela" está marcada para o dia 11 de outubro no Brasil.

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Fonte

Tradução por Henrique Vieira e Juliano Oliveira/Lady Gaga Source

Revisão por Kathy Vanessa