Em recente publicação pela editora HarperCollins, o professor de história da música, Craig M. Wright, da Universidade de Yale, uma das mais prestigiadas do mundo, lançou o livro de título “The Hidden Habits of Genius: Beyond Talent, IQ, and Grit—Unlocking the Secrets of Greatness” ("Os hábitos ocultos dos Gênios: para além do talento, QI e perseverança - desvendando os segredos da grandiosidade).

Ao lado de grandes nomes como Beethoven, Picasso, Da Vinci e Einstein, Craig também reverenciou Lady Gaga como um gênio, sendo até mesmo comparada a Mozart.

Durante mais de duas décadas, o professor dedicou sua vida a pesquisar as mentes mais grandiosas da história da humanidade, os chamados “gênios”, buscando compreender como tal termo está tão intrinsecamente enraizado na nossa cultura.

Abaixo, você pode conferir as passagens traduzidas do citado livro que mencionam Lady Gaga:

Introdução: “Atingindo o alvo escondido”

[...] Com a importância da criatividade em mente, veremos que muitos dos indivíduos popularmente referenciados como “gênios” hoje, são meras celebridades. Para identificar os verdadeiros gênios, vamos começar eliminando a maioria dos atores, atrizes e cantores. Por mais talentoso que sejam, esses que trabalham a partir de algo formulado por outra pessoa - um roteiro ou uma composição musical, por exemplo - não são geniais. Criatividade e criação são as chaves e é por isso que Lady Gaga e Beethoven, mas não Yo-Yo Ma, podem ser considerados gênios [...]

Capítulo 1 - Talento ou trabalho árduo? “QI ou muitos Qs?”

“Não há uma resposta! Não há uma resposta! Não há uma resposta!” - cem graduandos ansioso entoaram isso, em couro, na primeira sessão do meu “Curso de Gênios”, enquanto eu os encorajava. Estudantes, tipicamente, desejam respostas que caibam em seus bolsos durante as aulas, para que depois eles possam colocá-las em uma prova, mas acho importante ressaltar isso desde já. Para a simples questão sobre o que torna um gênio genial - a natureza ou estímulo - não há uma resposta [...]. Cada lado desse debate possui apoiadores entre os meus estudantes. Igualmente, durante a História, os gênios escolheram seus lados.

Platão disse que a capacidade de fazer coisas extraordinárias, era um dom dos clarividentes e dos deuses. [...] O naturalista Charles Darwin determinou que “a maioria de nossas qualidades são inatas”. [...] Indo e voltando, o argumento é sempre pautado em um viés natural versus o trabalho duro.

Os gênios possuem o hábito de não reconhecerem suas próprias habilidades ocultas, deixam para que outros apontem-nas. [...] Uma das capacidades de Leonardo da Vinci está atrelada à observação visual; ele tinha a capacidade de “congelar imagens” em movimentos - como as asas de um pássaro voando [...]. Wassily Kandinsky, Vicent van Gogh, Vladimir Nabokov e Duke Ellington, nasceram todos com habilidades sinestésicas - quando eles ouviam música ou observavam palavras e números, enxergavam cores. Lady Gaga também possui sinestesia. “Quando eu componho músicas”, ela falou em uma entrevista em 2009 para o The Guardian, “Eu escuto as melodias, as letras, mas eu também vejo cores; eu vejo o som como uma parede de cores.”

[...]

Se testes de QI, as provas SAT e notas são previsores não confiáveis sobre o sucesso da carreira de alguém, estes são ainda menos confiáveis para identificação de gênios. Eles geram falsos positivos (indivíduos designados para grandes coisas, quando não são) e falsos negativos (indivíduos que não parecem estar chegando a lugar algum, mas estão a caminho de mudar o mundo). Mas existem, claro, os ocasionais “positivos-verdadeiros” que se destacaram em sua vida escolar [...]. Um teste confiável para jovens talentos da Universidade de Johns Hopkins identificou o potencial [genial] de Mark Zuckerberg, Sergey Brin (co-fundador da Google) e de Stefani Germanotta (Lady Gaga).

[...]

Capítulo 3 - “Evite o clichê Prodígio”

Mas o número de gênios que sofreram a perda dos pais, na maioria das vezes as mães, na mais tenra idade é enorme [...]. Seriam os gênios “filhos da tristeza”, como o presidente John Adams falou? A dor é capaz de gerar uma outra forma de enxergar o mundo? Lady Gaga acredita que sim, quando ela falou sobre isso na entrevista para o The Guardian em 2009: “Eu penso que quando você sofre, a sua arte se engrandece”.

[...]

Capítulo 5 - “Desenvolva a aptidão pelo conhecimento”

Grande parte das pessoas que abandonam os estudos, não se tornam gênios ou histórias de sucesso. Mas há proeminências dentre os que abandonaram as classes entre os titãs da História contemporânea e estes são Bill Gates (Harvard), Steve Jobs (Reed College) [...], Lady Gaga (New York University) e Oprah Winfrey (Tennessee State).

[...]

Capítulo 6 - “Seja a raposa”

Como as raposas, os gênios exploram muito e são curiosos de forma randômica e, às vezes, de forma descontrolada. Quase sempre, seus interesses naturais são mais fortes do que suas capacidades disciplinadoras, fazendo com que eles ultrapassem os limites das suas áreas de interesse primária [sem perceberem]. [...] Para ilustrar os benefícios da ultrapassagem dos limites do pensamento, eu observo duas raposas bastante diferentes - uma notoriamente extravagante e a outra uniforme: Lady Gaga e Ben Franklin.

“Meu nome é Stefani Joanne Angelina Germanotta. Eu sou uma ítala-americana. Eu não nasci atraente, como minha mãe pode fazer parecer. Eu, com o tempo, li muitos livros, assisti muitos filmes, criei muita arte, conheci muitos escultores, produtores de filmes, poetas, musicistas, artistas de rua, que daí acabei inventando algo muito mais forte do que eu poderia ter me tornado por conta própria.”

Estas palavras são da Lady Gaga, em seu discurso de abertura, em 2015, do banquete da premiação da fundação educacional-artística sem fins lucrativos American For The Arts. Como Mozart, Stefani Germanotta começou a aprender piano com quatro anos de idade e, desde então, praticou muito para se tornar uma talentosa pianista clássica. No ensino médio, ela atuava em peças e cantava na banda de Jazz do coral da escola. Ela era uma excelente estudante, mas não era popular. “Por um momento”, ela falou, “eu pensei que as meninas tinham inveja e por isso eram más comigo. Talvez elas tinham inveja de como eu era destemida”. “Destemido” é uma palavra frequente para descrevê-la e também outros grandes ferozes rompedores dos limites do pensamento.

Com dezessete anos, Stefani Germanotta conseguiu admissão antecipada para a Tisch School, prestigiado colégio de Artes da Universidade de Nova York. Lá, ela estudou não apenas Música, mas também História da Arte e Escrita Dramática. Mesmo assim, ela abandonou os estudos um ano depois para tentar a carreira de compositora e artista performática. Para ganhar dinheiro, ela foi go-go dancer em bares no Lower East Side. Neste período, Stefani se tornou Lady Gaga, seu nome artístico assumidamente inspirado na canção da banda Queen “Radio Ga Ga”, que deu a ela uma nova identidade.

Diferente de outros artistas “parecidos entre si” da música pop, Lady Gaga é uma criadora original que incorpora muitos tipos de arte. “É sobre unir tudo, performance artística com uma performance pop artística e moda”, ela fala. Sua inovação no show de intervalo do Super Bowl de 2017 teve 150 milhões de telespectadores, a maior audiência ao vivo da TV na história.

Ela já ganhou nove Grammys. Em 2019, ela foi nomeada a um Oscar de Melhor Atriz e ganhou um Oscar para Melhor Canção Original - a primeira vez que alguém foi reconhecido em duas categorias distintas da premiação. Compositora, coreógrafa, criadora de cosméticos (Haus of Gaga), estilista, designer, atriz, produtora musical, filantropista e ativista social, Lady Gaga é uma artista pop avassaladora, que molda [a cultura] e ecoa Andy Warhol. Como ela disse: “Eu não sou um ícone. Eu sou cada um dos ícones. Eu sou um ícone criada a partir de todas as cores da paleta de uma vez só. Eu não tenho restrições. Sou sem restrições.”

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Tradução por Gustavo Kolliner