Na madrugada desta sexta-feira (25), Lady Gaga lançou o “Born This Way Reimagined”, uma edição especial do álbum “Born This Way”, em celebração aos 10 anos do disco, contendo 6 faixas extras que foram interpretadas por artistas LGBTQIA+ e apoiadores da causa.

Após a divulgação de todas as versões, certamente os Little Monsters passaram a escolher e comentar suas favoritas.

A Billboard também escolheu as suas, elencando as 6 músicas reimaginadas em um ranking, com avaliações para cada uma delas.

Confira:

"Born This Way Reimagined" de Lady Gaga: Todos os covers ranqueados.

6 - The Highwomen, Brittney Spencer & Madeline Edwards - “Highway Unicorn (Road to Love)”

Como se elas já não fossem um supergrupo grande o suficiente, The Highwomen - Brandi Carlile, Natalie Hemby, Maren Morris, Amanda Shires - alistaram mais duas cantoras-compositoras em ascensão para o cover de "Highway Unicorn". O arranjo é um "country foragido" certeiro: um solo de violão puxado para o blues, baterias de verdade, e sua característica harmônica fechada nos vocais.

É uma gravação bem pensada, mas, infelizmente, elas não se misturam à canção o suficiente para garantirem sua decolagem. E, verdade seja dita, "Highway Unicorn" nunca foi uma das composições mais robustas de Gaga. A pura força de seus vocais faz sua orgulhosa letra clichê funcionar: "Ela é apenas uma Americana, cavalgando um sonho... / Ela é uma alma livre queimado a estrada, com uma bandeira em seu sutiã!". Mas nesse contexto mais modesto, as mesmas letras soam como clichês. Num mundo ideal, The Highwomen faria um cover de "Diamond Heart", do Joanne, ao invés desse.

5 - Orville Peck, “Born This Way (The Country Road Version)”

O mascarado e misterioso cantor de country, queer e de origem canadense, Orville Peck, parece ser a escolha perfeita para fazer um cover da pouco lembrada “Country Road Version” de Born This Way, de Lady Gaga. A profunda voz de barítono de Peck é poderosa, mas cantar as letras de outra pessoa faz com que a canção fique parecendo como um pastiche de YouTube: “Como seria se o Chris Isaak fizesse um cover da Lady Gaga?”. O mesmo vale para o arranjo, que é polido e reverente demais às tradições do country para fazer qualquer coisa realmente subversiva com eles. O original de Gaga foi convincente porque ele sabia – e não se importava – que “Born This Way” não era uma música country em seu coração; e ela forçou aquele pino quadrado no buraco redondo mesmo assim, droga!

No fim, a versão de Orville Peck é adequada, só lhe falta o humor ou camp para fazer que seja memorável. Mas ele faz sim uma notável alteração em sua letra, trocando o “chola or orient made” de Gaga, que é embaraço já faz um tempo, por um mais preciso “Asian or Latinx made.”. É uma mudança que a própria Gaga deveria considerar adotar nos próximos anos.

4 - Years & Years, “The Edge of Glory”

Para devotos do pop, o cover de Years & Years pode ser o que tem o maior apelo imediato. Olly Alexander é um estudante do dance-pop, e o seu take em “The Edge Of Glory” é metade do hi-NRG dos Pet Shop Boys, e metade da era Body Talk da Robyn. A produção [do cover] reluz e pulsa de todas as maneiras corretas, e o tenor melódico de Alexander combina bem com sua interpretação.

O que está faltando é a loucura estilo Jim Steinman dos vocais da Gaga, que é, ultimamente, sobre olhar a morte direto no rosto. A versão de Years & Years pode não se elevar tão alta como a dela, mas, ao contrário das canções anteriores, a versão é totalmente concretizada o suficiente para se manter de pé por conta própria. Ela parece destinada a ser a trilha sonora nos clubes noturnos de um mundo pós-COVID.

3 - Kylie Minogue - “Marry the Night”

Esse é outra nova versão dance-pop simplificada, mas com o peso que apenas uma lenda como Kylie Minogue pode trazer. O alcance vocal de Kylie pode não ser tão grande como o de Gaga, mas ela consegue se manter com seus esforços – na verdade, esse talvez seja o máximo que ela já esforçou sua voz num estúdio. Ela acerta em cheio tantos os versos melancólicos quanto os refrões triunfantes e determinados, cantando todos eles no mesmo tom.

De sua própria maneira, o final é tão espetacular como a original, até em suas letras faladas ao final: “Me veja... andar como... Gaga.”. É puro camp, e é glorioso. Mais do que tudo, a sua versão de “Marry The Night” parece um presente de um ícone gay da música disco para outro; não passando o bastão, mas enaltecendo cada uma na mesma pista de dança cósmica.

2 - Ben Platt - “Yoü and I”

Ben Platt é o único artista aqui com os vocais da Broadway que podem se equiparar aos de Gaga – mas ao invés de imitar o estilo rock ‘n’ roll de Gaga, ele expõe a ternura de “Yoü and I”. O arranjo inspirado em Elton John acerta em todos os detalhes, do caloroso piano às sonhadoras cordas que introduzem a canção e tecem seu caminho durante ela. Platt remodela gentilmente a melodia da música, adicionando ornamentos vocais onde nós nunca pudemos imaginar antes – mas ele nunca passa dos limites. E, ao invés de trocar o gênero das letras – “Eu sou uma mulher Nova-Iorquina nascida para te atropelar / Ainda quero meu batom na sua cara toda!” – ele as canta como se realmente quisesse fazer isso.

Quando ele finalmente faz o belting no clímax da canção, é com um vibrato alegre e de coração aberto que nos lembra ninguém menos do que Freddy Mercury. Músicas românticas são o arroz e feijão da música pop, mas a verdade é que, é difícil ser sincero e vulnerável desse jeito cantando sem nenhuma armadura. Ben Platt faz com que [a canção] pareça totalmente natural.

1 - Big Freedia - “Judas”

Big Freedia e “Judas” podem parecer como um par improvável, mas os resultados são absolutamente inspirados pelo Off The Wall [de Michael Jackson]. “Judas” é sobre ser pega entre a tradição e a verdade, e Freedia pega esse subtexto queer e o coloca no centro da canção: em sua voz, no som e na história do bounce de Nova Orleans, do qual ela foi pioneira. Seu arranjo corresponde à energia maníaca da original, tendo uma paleta sônica totalmente diferente, trompas gritantes, sintetizadoras, tambores de marcha militar, e pilhas de líderes de torcida como coro de fundo.

O mais importante de tudo, Freedia é a única artista no álbum que realmente entende as viradas de frase absurdas de Gaga. Ela entona cada frase com um ponto de exclamação: “Eu não poderia amar um homem tão puramente! / Até os profetas perdoaram suas maneiras perversas!”. A música nunca para de se mover, comandando você a dançar. Freedia revelou recentemente que ela deveria ter aparecido originalmente no "Born This Way". É claro, isso nunca aconteceu – mas esse cover, em todo o seu júbilo rouco, mais do que compensa por isso.

O Born This Way, de Lady Gaga, foi uma celebração de ser destemidamente o seu verdadeiro eu – e, no Born This Way Reimagined, ninguém é tão audacioso como Big Freedia.

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Tradução por DavidLuis198

Fonte

Revisão por Eliza Pildervasser