O ano era 2008 e as pessoas não sabiam falar em outra coisa, senão Lady Gaga: a cantora de visuais extravagantes com uma música chiclete intitulada ”Just Dance”. Mas, até onde ela poderia ir? Seria só mais uma daquelas artistas que lançam algumas músicas e caem no esquecimento?

Isso era o que muitos pensavam até o lançamento de seu primeiro disco, intitulado ”The Fame”, ou “A Fama", e que retratava exatamente isso como tema de algumas canções: as complexidades da busca pela fama e a vida da celebridade. Segundo a própria cantora:

"’The Fame’ é sobre como qualquer pessoa pode se sentir famosa. A cultura pop é arte. Você não é alguém legal se odiar a cultura pop, então eu abracei isso e você pode ouvir em todo o ‘The Fame’. Mas, é uma fama compartilhável. Eu quero convidar todos vocês para a festa. Quero que as pessoas se sintam parte desse estilo de vida."

Lançado oficialmente no dia 19 de agosto de 2008 como o primeiro álbum da cantora, ”The Fame” reuniu um grande trabalho de produções realizadas entre 2006, 2007 e início de 2008 bebendo das fontes musicais do electropop e synthpop dos anos 80, trazendo grandes hits dançantes e um tanto inesperados para a época. E foi isso que o tornou um dos melhores álbuns do século.

Em seus lançamentos, o álbum vendeu milhões de cópias mundialmente, conquistando a segunda posição na Billboard 200 e assumindo a liderança da Billboard Top Dance/Electronic Albums, no qual em abril de 2020 completou 2 anos no chart, contabilizando todas as semanas que passou em #1, sendo estas não consecutivas. No total, desde o seu lançamento, o álbum passou 6 anos dentro do chart, considerando todas as posições dentro do Top 25 disponibilizado pela Billboard.


CRIAÇÃO

Em algumas tentativas de se inserir no meio musical, Lady Gaga conheceu o produtor musical e caça talentos Rob Fusari, conhecido por trabalhos com artistas como Britney Spears e as Destiny's Child. Depois de algumas conversas e após algumas tentativas os dois criaram juntos uma “empresa” intitulada "Team Love Child" de onde nasceram diversas canções como "Paparazzi", "Dirty Ice Cream", "Beautiful, Dirty, Rich", "Summerboy", "Fever", algumas dessas escolhidas posteriormente para formar o “The Fame”.

Algum tempo depois Gaga e Fusari deram início a um relacionamento e no mesmo ano a cantora assinou um contrato com a gravadora Def Jam Recordings com a intenção de ter um álbum pronto em cerca de nove meses. No entanto, como já sabemos, ela acabou sendo dispensada pela gravadora em apenas três meses (uma parte infeliz de sua vida que mais tarde seria retratada com grande intensidade no videoclipe de "Marry the Night", em 2011).

Após o infeliz episódio de ver suas possibilidades descerem pelo ralo, a cantora foi se tornando cada vez mais experimental. Encantada com shows que assistia em bares, Gaga decidiu aderir àquela forma de apresentações performáticas com os shows neo-burlescos, ”go-go dancing” vestida com pouco mais que um biquíni. Durante esse tempo, ela conheceu a artista e amiga Lady Starlight, que ajudou a moldar sua personalidade no palco.

”À medida que fui ficando mais velha, o show ficou mais exagerado. Eu dançava na frente de 15 pessoas que não sabiam quem eu era, mas sou uma pessoa destemida, embora eu estremeça agora quando olho para trás e vejo como eu era ingênua.”

Aproveitando a oportunidade que havia lhe surgido, Gaga apresentou a Starlight diversas canções das quais havia criado junto a Fusari. A dupla então logo começou a se apresentar em diversos clubes do centro da cidade, com a conhecida "Lady Gaga and the Starlight Revue".

Logo depois, as duas foram convidadas para tocar no festival de música Lollapalooza em 2007. Foi a primeira vez em que Gaga conseguiu apresentar-se para um grande público com as canções que tanto queria mostrar para o mundo. Na ocasião um “EP” intitulado ”Kandy Life” contendo 5 músicas em suas versões “demo” foi distribuído ou vendido como forma de divulga-la para o público. A tracklist era composta por ”Beautiful, Dirty, Rich”, ”Wonderful”, ”Kandy Life”, ”Brown Eyes” e ”Disco Heaven”.

Durante este período, Fusari enviou diversas dessas canções a seu amigo, produtor e executivo de gravações Vincent Herbert. A contratação de Lady Gaga foi instantânea pelo selo Streamline Records, uma marca da Interscope Records que não hesitou em recebê-la.

Após um rompimento repentino com Fusari e em meio a trabalhos de composição para outros artistas como Britney Spears, Jennifer Lopez, The Pussycat Dolls e New Kids on The Block, ”The Fame” foi finalizado no início de 2008 já com os toques geniais do produtor musical RedOne, que ajudou a criar as últimas canções e futuros singles do álbum, ”Just Dance”, ”Poker Face” e ”LoveGame”. Em abril do mesmo ano, ”Just Dance” foi oficialmente lançada com primeiro single do álbum, apresentando Lady Gaga ao mundo.

Musicalmente, ”The Fame” teve grandes influências de cantoras como Madonna, Grace Jones, Cher e Cyndi Lauper e músicos de glam rock do final dos anos 70, como Elton John, David Bowie e Queen, artistas que Gaga sempre deixou claro ter grande admiração e inspiração.

Em uma entrevista para a Mtv UK, em janeiro de 2009, Gaga falou mais sobre como esses artistas ajudaram na criação de seu primeiro álbum:

“Eu sinto que este disco é realmente diferente, tem faixas de disco, glam dos anos 70, e até gravações de música rock. [...] The Fame não é sobre quem você é, é sobre como todo mundo quer saber quem você realmente é! Compre e ouça antes de sair ou entrar no carro. [...] Acho que realmente se tem de permitir a criatividade dos artistas. Levei um tempo, mas se pensar bem, chego à conclusão que consegui. Não poderia estar mais orgulhosa deste trabalho. Não é apenas um álbum, é um movimento de arte pop num todo. Não se trata apenas de uma canção.”

Dentre composições com toque sombrios e instigantes sobre a fama, amores doentios e corações partidos, Lady Gaga colocou muito de suas experiências registradas no disco, sendo literalmente a história de sua busca determinada para alcançar o estrelato. Adicionando a esse som uma carga teatral de suas raízes musicais ela definiu o pop do disco de "pop teatral" envolvendo música e moda, o que influenciou fortemente na criação de sua equipe criativa, a ”Haus Of Gaga”.

Para o DailyMail em 2009, Gaga descreveu essa concepção:

”Queen e David Bowie foram a chave para mim. Quando eu estava tocando em clubes de rock de Nova Iorque, muitas gravadoras achavam que eu era teatral demais. Então, quando fiz o teste para musicais de palco, os produtores disseram que eu era pop demais. Eu não sabia o que fazer até descobrir Bowie e Queen. Suas canções combinavam pop e teatro - e isso apontou um caminho a seguir."

”The Fame” contou com a participação de um grande time de produtores como Martin Kierszenbaum, RedOne, DJ Space Cowboy, Robert Orton, Bilal Hajji, Brian Kierulf, Joshua Michael Schwartz, Nik Dresti e Tramar Dillard.


CAPA E TRACKLIST

A ideia inicial da capa foi desenhada pela própria Mother Monster numa tentativa de misturar elementos pop dos quais ela havia se inspirado para o álbum. De acordo com a cantora , a intenção era retratar o visual de uma artista já estabelecida, já que ela já fazia música há muito tempo antes do lançamento do álbum.

As fotos utilizadas na capa e contra capa foram realizadas no dia 19 de maio de 2008 durante um ensaio realizado pelo fotógrafo holandês Pieter Henket.

Originalmente o ensaio foi realizado para ser uma sessão promocional, porém quando Gaga viu as fotos, decidiu mantê-las no encarte do álbum, escolhendo a capa naquele momento. O fotógrafo relatou como foi o momento da escolha que aconteceu pouco antes da estreia da cantora na televisão, no programa NewNowNext Awards:

"Depois que fizemos a sessão de fotos, ela me convidou para ir a uma de suas apresentações. Naquela noite fui para os bastidores. Ela estava sentada sozinha em seu camarim, se preparando, e eu mostrei a ela as fotos. Enquanto passávamos por todas as fotos, ela apontou para uma e disse: 'Vá buscar meu empresário'. Quando seu empresário entrou no camarim, ela disse: ‘É isso! Essa é a capa do meu álbum. Eu quero isso para a capa do meu álbum. Esta é quem é Lady Gaga’”.

A capa oficial do álbum foi divulgada pela cantora através de seu perfil na plataforma musical MySpace. Com foco no seu rosto, nossa Mother Monster utiliza seus ”Cristal Glasses” e ilumina uma pequena parte do rosto com seu ”Disco Stick”. A capa chegou a ser comparada a uma antiga revista Vogue italiana dos anos 70 - 80 expressando a ideia de trazer de volta o conceito de fama.


O álbum teve seu lançamento oficial no dia 19 de agosto de 2008 apenas no Canadá em uma versão diferente das demais, que chegou a ser lançada em alguns países da Europa e na Austrália.

A lista de faixas do álbum pretendia ter para cada localidade uma mudança na oitava canção. "Money Honey" apareceu na versão canadense, "Starstruck” na versão americana, e no lançamento europeu a faixa "Vanity” foi planejada mas acabou sendo foi removida das versões finais.

Original Version:

"Just Dance (featuring Colby O'Donis)"
"LoveGame"
"Paparazzi"
"Beautiful, Dirty, Rich"
"Eh, Eh (Nothing Else I Can Say)"
"Poker Face"
"The Fame"
"Money Honey"
"Again Again"
"Boys Boys Boys"
"Brown Eyes"
"Summerboy"

As músicas ”Starstruck” e ”Paper Gangsta” ficaram de fora da primeira versão;

A canção ”I Like It Rough" foi inclusa como bonus track na versão física australiana e de alguns países europeus, e na versão digital canadense;

”LoveGame” tem o final diferente das versões posteriores, sendo mais curta e dura;

Já a canção ”Money Honey” apresenta uma introdução extensa, enquanto o lançamento mundial tem uma introdução abreviada.


DEMAIS EDIÇÕES

Revised Edition:

No dia 28 de outubro de 2008 uma versão revisada do álbum foi relançada contendo algumas alterações com acréscimos e exclusões de faixas, além de uma mudança na cor da fonte do nome ”Lady Gaga”, agora em vermelho:

"Just Dance (featuring Colby O'Donis)"
"LoveGame"
"Paparazzi"
"Poker Face"
"Eh, Eh (Nothing Else I Can Say)"
"Beautiful, Dirty, Rich"
"The Fame"
"Money Honey"
“Starstruck (featuring Space Cowboy and Flo Rida)"
"Boys Boys Boys"
"Paper Gangsta"
"Brown Eyes"
“I Like It Rough"
"Summerboy"

A canção ”Disco Heaven" foi inclusa como bonus track na versão digital americana e na versão física de alguns países como o Brasil;

”LoveGame” e ”Money Honey” tiveram suas pequenas alterações realizadas, sendo como conhecemos atualmente.


A versão mais completa, em relação a quantidade de músicas, é a versão lançada em 20 de maio de 2009 em alguns países como Polônia e Japão.

"Just Dance (featuring Colby O'Donis)"
"LoveGame"
"Paparazzi"
"Poker Face"
"I Like It Rough"
"Eh, Eh (Nothing Else I Can Say)"
"Starstruck (featuring Space Cowboy and Flo Rida)"
"Beautiful, Dirty, Rich"
"The Fame"
"Money Honey"
"Boys Boys Boys"
"Paper Gangsta”
"Brown Eyes"
"Summerboy"
"Disco Heaven (Bonus Track)"
"Again Again (Bonus Track)"
"Retro, Dance, Freak (Bonus Track)"

Algumas versões da edição dupla do álbum ”The Fame Monster”, incluindo a do Brasil, tiveram a tracklist do disco dois com essa mesma disposição de faixas excluindo a canção ”Again Again”.


Um edição de 10.000 cópias foi lançada em junho de 2009 contendo uma capa holográfica e todos os videoclipes de "The Fame", em um DVD separado, exceto "Beautiful, Dirty, Rich".


Limited Edition With Exclusive Splipcase:

A HMV UK lançou o álbum com uma slipcase exclusiva com uma capa completamente diferente e uma lista de faixas alterada incluindo todas as músicas das edições anteriores (exceto remixes) e conteúdo exclusivo para o computador.


Limited Edition UBS Drive e 10Th Anniversary Limited Edition USB:

Em uma edição limitada super especial, um USB personalizado foi lançado com 24 faixas, incluindo as canções do álbum e remixes, 4 videoclipes e conteúdos exclusivos. Para o aniversário de 10 anos do álbum a edição foi relançada com um acréscimo de conteúdo da Era The Fame Monster.

Você pode conferir mais sobre essas versões em nossa coluna especial Monster Collection.


PROMOÇÃO E SINGLES

”The Fame” teve ao longo de sua divulgação 6 singles:

”Just Dance

Lançada como single em 8 de abril de 2008, ”Just Dance” chegou ao #1 na Billboard Hot100. A música teve produção de RedOne e participação de Colby O’Donis e Akon, tendo sido indicada ao Grammy de Melhor Gravação Dance. O videoclipe foi dirigido por Melina Matsoukas. Confira nossos especiais para o single e videoclipe.


”Beautiful, Dirty, Rich”

Lançada como single promocional em 16 de setembro de 2008, "Beautiful, Dirty, Rich” não foi contabilizada para o Hot100 da Billboard por haver sido disponibilizada exclusivamente para os usuários do iTunes. Ela seria lançada em todos os lugares no dia 23 de setembro de 2008, mas foi substituída por "Poker Face". A música foi produzida por Rob Fusari e o videoclipe dirigido por Melina Matsoukas.


”Poker Face”

Capa Alternativa

Capa Alternativa

Liberada digitalmente dia 26 de setembro de 2008, ”Poker Face” chegou ao #1 na Billboard Hot100 e é considerado um dos maiores sucessos da Motehr Monster. A música tem produção de RedOne e o videoclipe, terceiro mais assistido da cantora em seu canal no YouTube, foi dirigido por RayKay e Anthony Mandler.


”Eh, Eh (Nothing Else I Can Say)”

Capa Alternativa

Teve seu lançamento oficial em 10 de janeiro de 2009 apenas para os mercados da Austrália, Nova Zelândia e Suécia. ”Eh, Eh (Nothing Else I Can Say)” não chegou, por conta deste lançamento restrito, a entrar no Hot 100 da Billboard. A música tem produção de Martin Kierszenbaum e o videoclipe foi dirigido por Joseph Kahn.


”LoveGame”

Capa Alternativa

Lançada como single em 24 de março de 2009, ”LoveGame” chegou ao #5 na Billboard Hot100. A música tem produção de RedOne e o videoclipe dirigido por Joseph Kahn.


”Paparazzi”

"Paparazzi" foi último single oficial do álbum ”The Fame” sendo lançado em 5 de julho de 2009. A canção chegou ao #6 na Billboard Hot100 com produção de Rob Fusari e o videoclipe dirigido por Jonas Akerlund.


”Vanity”

A música, produzida por Rob Fusari em 2006, foi disponibilizada no MySpace de Gaga por um tempo, sendo retirada em seguida. Apareceu como a faixa de nº 11 na edição demo promocional dos Estados Unidos. Esta versão foi enviada para algumas rádios, antes do lançamento do álbum.

A canção foi originalmente planejada para ser a oitava faixa na versão britânica do álbum, no entanto, foi cortada por ter uma sonoridade "diferenciada". Em vez disso, foi lançada como uma música de download exclusiva para a loja de música, Rhapsody, em 11 de novembro de 2008. Quando os ingressos foram colocados à venda para a ”Monster Ball Tour” em 2010, a LiveNation disponibilizou a canção como um download gratuito para quem comprasse os ingressos.

"Vanity" permaneceu na setlist da ”Monster Ball Tour” durante a sua segunda fase, entre fevereiro e setembro de 2010, sendo retirada e nunca mais apresentada ao vivo.


Para divulgação do álbum, Lady Gaga produziu um pequeno filme contendo algumas canções, interludes produzidas pelo DJ Space Cowboy que foram utilizadas em seus shows, além da inédita "Fooled Me Again". Intitulado de "THE FAME: Part One", o vídeo acabou não recebendo uma segunda parte como muitos esperavam. (O vídeo foi removido recentemente do canal oficial de Gaga no YouTube)


CANÇÕES

Escrita por Lady Gaga, RedOne e Akon, "Just Dance" foi composta em apenas 10 minutos e escolhida como carro chefe de "The Fame". Sendo um sucesso estrondoso no mundo todo a música, nas próprias palavras da cantora é sobre "a arte performática de estar bêbado em uma festa".

Inicialmente chamada de "Love Games", a segunda canção do álbum teve seu nome alterado para o qual conhecemos depois de diversas mudanças na produção. "LoveGame" fala sobre quando você encontra alguém na pista de dança e quer beija-lo. Este beijo pode levar tanto ao amor ou apenas a um sexo casual, e logo depois cada um segue seu rumo.

Além do single e alguns remixes, uma edição especial com ninguém mais ninguém menos que Marilyn Manson intitulada “LoveGame (Chew Fu Ghettohouse Fix [feat. Marilyn Manson])", foi lançada no dia 15 de junho de 2009 nas plataformas digitais. Essa versão foi utilizada como uma extensão da canção inicialmente no Glastonbury Festival 2009, dando continuidade na “The Fame Ball Tour” e na “The Monster Ball Tour”.


Escrita por Lady Gaga e Rob Fusari, "Paparazzi" foi lançada como o último single do álbum. Foi a última colaboração que os dois fizeram juntos, em 2007. Segundo a Mother Monster, foi sua "primeira música pop real" que ela escreveu como uma "killer hooker". Em uma entrevista para a revista About, a cantora relatou sobre o significado da canção:

“A música é sobre certas coisas diferentes - é sobre minhas lutas, eu quero fama ou quero amor? É também sobre conquistar os paparazzi, fazer com que se apaixonem por mim. É sobre a prostituição da mídia, uma espécie de mímica satírica da mídia. É uma canção de amor pelas câmeras, mas também é uma canção de amor sobre fama ou amor - você pode ter os dois ou só pode ter um?"


Com a ideia principal da música sobre bissexualidade, ”Poker Face” foi um tributo de Gaga a seus namorados do Rock 'n' Roll. Liricamente, a música aborda sexo e jogos de azar. A cantora se inspirou em seus dias Go-Go Girl em Nova Iorque e é uma de suas canções favoritas do álbum. De acordo com a BBC, o trecho "Mum-mum-mum-mah" usado na música é sampleado do hit de 1977 de Boney M, "Ma Baker".

"Eu amo Boney M então, talvez, subconscientemente saiu na música. (risos)".


Lançada como uma faixa bônus para as edições do ”The Fame”, “I Like It Rough” mais tarde se tornou uma faixa padrão em todas as outras versões do disco. A letra fala em particular sobre um "amor masoquista". Estar apaixonado por pessoas que não são boas para você e uma reflexão sobre "Why does she likes it rough?" ou "Por que ela gosta de coisas difíceis?". É possível ouvir a música no videoclipe de "Telephone" tocando em um par de fones de ouvido Heartbeat.

Em 2009, durante um show nossa Mother Monster contou que "Eh, Eh" foi inspirada em dois caras que ela estava namorando ao mesmo tempo e que, ao se encontrarem, a unica coisa que ela conseguiu dizer foi "eh eh". Embora as letras da música tendem a confirmar isso, pode ter sido absolutamente apenas uma brincadeira com os fãs. Originalmente a música possuía o nome "Nothing I Can Say (Eh, Eh)", e foi registrada no BMI da cantora com o nome alternativo "Eh Eh Nothing Else Left To Say".

”Starstruck” foi uma das últimas faixas a serem gravadas para o “The Fame”. A música conta com os vocais do rapper Flo Rida e do DJ Space Cowboy, e foi lançada pela primeira vez na versão americana do álbum. A canção começou a ser escrita em janeiro de 2008 e foi finalizada em setembro do mesmo ano.

Durante a promoção americana do disco, um pequeno vídeo foi feito pela "Haus of Gaga". A versão completa foi usada como background para os shows de abertura da "New Kids on the Block: Live".


Escrita em 2006, "Beautiful, Dirty, Rich" descreve o estilo de vida que Gaga tinha em 2005 - 2006, quando fazia uso de cocaína. A música ganhou muito sucesso no meio underground rapidamente. De acordo com a cantora, foi ela quem fez tudo: as letras, a batida e a melodia. Foi a primeira vez que ela viu conceito do álbum “The Fame“ nascer.

A faixa título "The Fame" explica o significado da música, da cultura pop, da mídia, da vida das celebridades e dos efeitos posteriores. A música é registrada no BMI de Gaga simplesmente como "Fame", uma das primeiras demos da canção.

Escrita com RedOne e Bilal Hajji em 2007, "Money Honey" foi originalmente destinada a outro artista, no entanto Gaga achou que a música era a sua cara e decidiu mantê-la. A música fala sobre o amor ser descrito como dinheiro para um relacionamento. Antes de suas performances ao vivo da música, ela costumava dizer que a coisa que mais odiava no mundo era dinheiro. Registrada no BMI da cantora como "That's Money Honey", foi um dos primeiros nomes que a canção recebeu.

A décima primeira faixa do disco, "Boys Boys Boys" chegou a ser planejada como 7º single depois de "Paparazzi", porém os planos foram cancelados devido as produções do segundo disco, “The Fame Monster”, lançado mais cedo, tendo "Bad Romance" como o novo single. Segunda a cantora, a música foi inspirada por um de seus ex-namorados do heavy metal (Lüc Carl) e na canção "Girls, Girls, Girls" de Motley Crue.

Escrita por Lady Gaga e RedOne em 2008, "Paper Gangsta" se relaciona com o sentimento da cantora sobre seu contrato com a Def Jam Recordings. A letra da música refere-se não apenas sobre sua experiência ruim em ser demitida em poucos meses, mas também sobre um dos momentos mais marcantes de sua vida, onde a cantora relatou ter sofrido abusos. Em 2010, a música foi usada no videoclipe de "Telephone", tocando em um aparelho de som no pátio da prisão.

Conhecida como sua faixa mais autobiográfica em “The Fame”, "Brown Eyes" traz algo que a maioria das pessoas pode se relacionar: um amor perdido. O título da música é citado em "Again Again" e a história contada é a mesma da canção “Fooled Me Again” (que também foi cogitada para participar do álbum, mas por sua semelhança com "Brown Eyes" acabou ficando de fora). Os vocais para a canção foram gravados depois de "um monte de vinho tinto e lágrimas", em uma única gravação.


Em 2007 junto a KNS Productions, Gaga produziu pelo menos três músicas sendo elas "Heiress", "Panty Party", e "Summerboy" que acabou sendo escolhida para entrar em "The Fame. Em uma entrevista Gaga revelou que uma das inspirações por trás da música é sobre aqueles romances de verão, que você sabe que não vão durar muito. Em suas fases de gravação, a canção possuía o título "Summer Boys".

A música foi apresentada uma única vez, no Lollapalooza em 2007, junto de Lady Starlight.


“Disco Heaven” foi escrita em 2007 e disponibilizada pela primeira vez na página do MySpace de Lady Gaga, e posteriormente lançada como uma faixa bônus internacional do “The Fame”, faixa bônus na edição do iTunes nos Estados Unidos na versão deluxe do “The Fame Monster”. As letras descrevem os dias que Gaga teve com Lady Starlight, na época que performavam juntas com a “Lady Gaga & The Starlight Revue” em Nova Iorque.

Assim como "Summerboy", a música foi apresentada uma única vez, no Lollapalooza em 2007, junto de Lady Starlight.


"Again Again” foi lançada na versão canadense de “The Fame”, como uma faixa bônus em algumas edições*. Inspirada por John Lennon, depois de assistir uma de suas entrevistas finais, Gaga considera "Again Again" uma homenagem à música dos Beatles, "Oh Darlin". Ela tocou a música várias vezes em Nova Iorque em 2006 com sua antiga banda, Stefani Gemanotta Band, com as letras originais. Uma dessas performances foi realizada no Knitting Factory.


"Retro, Dance, Freak” foi escrita por Lady Gaga, Rob Fusari e Calvin Gaines de setembro a novembro de 2006. Foi lançada pela primeira vez na edição japonesa do “The Fame” e também na edição deluxe do “The Fame Monster” em países selecionados como Austrália, Brasil e Polônia no lugar de "Again Again". O título da música foi usado pela cantora como descrição de si mesma em sua antiga página no PureVolume em 2006. O nome também pode ter vindo da batida sonora retro em suas canções anteriores e seus sentimentos de ser uma aberração quando era mais jovem.

"I Like It Rough" e "Retro, Dance, Freak" nunca foram apresentadas ao vivo.


HAUS OF GAGA PRESENTS:
THE FAME BALL (LAUNCH PARTY)

Para o relançamento do disco em sua versão revisada, no dia 28 de outubro de 2008 a ”Haus Of Gaga” realizou uma festa de lançamento com o nome "The Fame Ball" (que posteriormente se tornou o nome da primeira turnê mundial de Gaga). Além da nossa Mother Monster o show contou com apresentações de Semi Precious Weapons, Cazwell, Amanda Lepore, The Ones, The Daisy Spurs e DJ Bill Coleman.

Em abril deste ano chegou a internet o áudio na versão estúdio e os backdrops originais utilizados na festa. Confira:


DIVULGAÇÃO E TURNÊS

Pouco antes do lançamento oficial de "Just Dance", em março de 2008 a cantora havia iniciado uma série de apresentações para divulgação de pré-lançamento do novo disco. Os shows, que aconteciam em bares e boates noturnas receberam o nome não oficial de ”Just Dance Promo Tour”, e já englobavam as principais canções do disco. Na mesma época a cantora começou a ser convidada para apresentações e entrevistas em programas televisivos, tendo a sua primeira apresentação de ”Just Dance” transmitida para o mundo todo no ”Miss Universo 2008” no Vietnã. O RDT Lady Gaga preparou um Especial de 12 anos com as apresentações mais marcantes da cantora em 2008. Confira!

Entre diversas apresentações televisivas e os shows da ”Just Dance Promo Tour”, Gaga foi convidada para ser ato de abertura da turnê de retorno da boyband New Kids on The Block, a ”New Kids on the Block: Live”. A cantora participou de algumas composições do álbum de retorno do grupo e também dividiu uma faixa presente no disco, chamada ”Big Girl Now”. Com 27 shows realizados nos Estados Unidos entre outubro e dezembro de 2008, Gaga começou ali a moldar o que seria sua futura turnê.

Após o fim dos shows de abertura com a boyband e o encerramento dos shows promocionais da ”Just Dance Promo Tour” em dezembro de 2008, uma nova oportunidade de divulgação surgiu. Desta vez em outros países sendo show de abertura da segunda turnê mundial do grupo feminino ”The Pussycat Dolls”, a ”Doll Domination World Tour”. Nossa Mother Monster também já tinha criado algumas composições para o segundo álbum do grupo, o ”Doll Domination”. A turnê teve início em janeiro de 2009, porém em março Gaga realizou uma pausa para preparar a estreia da sua turnê solo. Ela voltou a se apresentar com as Dolls em maio, encerrando os atos de abertura para o grupo no final do mesmo mês, seguindo sozinha com sua nova turnê.

Intitulada de ”The Fame Ball Tour”, a primeira turnê mundial de Lady Gaga teve início no dia 11 de março de 2009 em um total de 83 apresentações. Você pode conferir mais informações sobre a turnê no ESPECIAL: 11 anos da "The Fame Ball Tour".


CRÍTICAS E DESEMPENHOS

Para um álbum de estreia, ”The Fame” foi recebido com críticas bem favoráveis. O Metacritic, site americano que reúne críticas de álbuns, filmes, programas de televisão, entre outros, reúne um valor numérico de cada crítica computando uma nota média final, que é atribuída ao item avaliado. Com base em 13 comentários, ”The Fame” recebeu uma média de pontuação de 71, o que significa "opiniões geralmente favoráveis".

Com 24 mil cópias vendidas em sua estreia, ao longo desses 12 anos “The Fame” alcançou mais de 9 milhões de cópias nos Estados Unidos. Na última atualização mundial de vendas, ultrapassou mais de 15 milhões de cópias vendidas. O disco também recebeu certificações em mais de 25 países.

Para as principais premiações o álbum recebeu no seu total 13 nomeações, das quais ganhou 11. Dentre elas 2 nomeações no Grammy Awards 2010, sendo nomeado para Álbum do Ano e Melhor Álbum de Eletrônica/Dance, ganhando esta segunda indicação. Nos Premios Oye! venceu a categoria de Álbum do Ano, Melhor Álbum Internacional no BRIT Awards 2010 e Álbum Pop/Rock Internacional Moderno no Fonogram Awards em 2010.


A MENSAGEM

"The Fame" traçou os passos da carreira de Lady Gaga minimamente, como a grande estrela glamourosa, polêmica e intrigante mencionada em diversas letras de suas canções. Sua inteligência e talento para fazer música elevou o disco a um patamar que inspirou diversos outros artistas da época, tornando-se uma referência musical que se mantém viva até hoje.

Ninguém imaginava onde ela poderia chegar e a pergunta sempre foi a mesma nesses 12 longos anos de uma carreira construída através de muito esforço e dedicação: Qual será o próximo passo de Lady Gaga?

E foi assim que ela conquistou o mundo.


Se lembra da primeira vez que ouviu "The Fame"? O que esse álbum trouxe para sua vida? E qual a melhor lembrança que você tem dele? Compartilhe com a gente!

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Tradução por Gustavo Kolliner

Arte da capa por Lucas Marques